O direito define-se como mutável e dinâmico, já que esse
está sempre sujeito às reivindicações, lutas e negociações da população
conforme as circunstâncias. A legitimidade daquele é diferente da sua
legalidade, uma vez que o primeiro depende da aceitação do povo, ou seja,
desvincula-se do sentido de coerção, e o segundo baseia-se na lei em seu
sentido formal. .
Há tempos a sociedade brasileira vem vivenciado um processo
que se intensificou recentemente devido à Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de
2016. O desalojamento de diversas famílias das principais favelas das capitais
é uma contradição ao direito constitucional de moradia de todo cidadão. O livro
de Gilberto Dimenstein, ‘’O Cidadão de Papel’’, ilustra essa situação que diversos
brasileiros são obrigados a vivenciar: aqueles estão garantidos no papel, ou
seja, na teoria, porém, na prática, não são respeitados e nem cumpridos. Em
tese, esse problema poderia ser resolvido pelo sistema judiciário, entretanto,
devido ao longo período de resposta desse, tem por fim, a perda de sua
credibilidade perante a população.
Grande parte desse problema de alienação e exclusão pode ser
explicado com uma análise história da sociedade. Desde os tempos coloniais, o
poder privado prevalece sobre o poder público, e essa tradição se mantém até os
dias atuais, onde os interesses das grandes empresas prevalecem em detrimento
dos cidadãos menos favorecidos financeiramente. Somado a isso, há também o
ensino ‘’arcaico’’ nas faculdades, que não ensina os estudantes a terem uma
visão crítica sobre os acontecimentos, mas sim para aceitarem que essa é a
realidade e que não há meios para mudá-la. Sendo assim, é necessário que o sistema educacional mude para que a situação do direito da população seja transformada, e a tradição da alienação, rompida.
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