Direito: ferramenta de justiça ou de
opressão?
Devido à dinâmica social e aos diversos
tipos de cultura presentes nas mais variadas nações e épocas, estabelecer uma
definição exata e universal para o Direito consiste em uma tarefa árdua e,
praticamente, impossível. Porém é certo que essa arte ou ciência nasceu da
necessidade de estabelecer princípios e normas que regessem a vida pública e
privada, a fim de tornar plausível a boa convivência de indivíduos de
diferentes crenças e modos no mesmo meio, e vem sendo lapidada em busca da
adequação às mudanças de mentalidade e de costumes, contribuindo para a
construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Entretanto, a prática difere-se muito
dessas teorias. No Brasil, alienação e perda de interesse pela política,
aliadas à descrença nos poderes executivo e legislativo, além da desconfiança
que se tem do poder judiciário, cooperaram para a restrição do conhecimento e
prática do Direito aos âmbitos acadêmico e jurídico e, facilitou o uso desse
como ferramenta de manipulação e opressão.
Tomam-se como exemplos as inúmeras
tentativas do atual Governo de deslegitimar movimentos populares que reivindicam
seus direitos, ao invés de atendê-los e procurar suprir as suas necessidades; o
surgimento de ‘justiceiros’ que, ao descrerem do rigor e da eficiência da
aplicação de sanções, decidiram fazer justiça linchando, torturando e
humilhando cidadãos que consideraram criminosos; e, principalmente, a visão geral
da população de que é impotente perante atrocidades e crimes de corrupção,
sendo que a legislação diz o contrário.
Por isso, destaca-se a importância de
projetos como “O Direito Achado na Rua” e o Direito Alternativo, que têm em
vista restituir a característica social do Direito. Afinal, não se pode perder de vista o
intuito de sua criação e das demais transformações: melhorar e servir, de forma
justa, a sociedade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário