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sábado, 7 de setembro de 2013

Generalizações falhas

Generalizações falhas
“O que leva um menino a vida do crime,
Falta de opção, uma grande ilusão,
Trampando na boca pra virar patrão.

Aos 23 anos de idade assumiu a gerencia,
Por eficiência, e se arriscando ganhou experiencia,
Sua mãe decepcionada, não sabe o que faz,
Mas já é conformada com o acontecido,..[...]”

Analisando o trecho da música acima do cantor Mc Daleste, muitos de nós poderíamos chegar à conclusão como ponto de partida: todo morador de favela é marginal. Fazer uma afirmação dessa como ponto de partida, afirmando ser este o tipo ideal de pensamento em  uma pesquisa é um equívoco para Weber, pois este é o ponto de chegada para analisar o sujeito em questão e a partir disso, tirar conclusões a partir de suas ações sociais, sem generalizá-lo, pois no método weberiano o que importa é a ação individual, não coletiva. Pode-se afirmar então que o tipo ideal existe para deixar de existir, ou seja, para ser desconstruído sendo o meio para a análise mais densa.
Diferente do que Marx afirma, Weber acredita que o sujeito não é produto apenas de uma condição histórica e sim está sendo formado continuamente por suas ações sociais imprevisíveis. Em seu método de pesquisa, a ação social pode ser movida por engendramentos tanto econômicos, quanto culturais, religiosos, ou de classe, sendo sempre vários fatores interligados para determinar uma ação. Por esse motivo, Weber critica o materialismo histórico como única fonte de pesquisa, afirmando que está é só uma das mais variadas formas de entender a ação  social.
É importante ressaltar que Weber distingue ciência social de política, sendo assim, seu objeto de estudo é focado na compreensão da realidade e não na transformação da mesma. O autor critica a ciência nomológica pois, como ele mesmo afirma, “ Jamais pode ser uma tarefa da ciência empírica proporcionar normas e ideias obrigatórias, dos quais se deve derivar “receitas” para a prática.”P 109. O absoluto e a verdade weberiana podem ser desmontadas a qualquer momento, não sendo uma ciência perene.
Se fossemos analisar o exemplo citado apenas pelas leis, a afirmação de marginal estaria de acordo com as ações do autor da música, visto tráfico de drogas se  enquadraria no código penal, porém, pode-se afirmar por fim que as leis são apenas o 1º passo na análise dos objetos, pois depois deve-se analisar os fatores, as conexões exteriores para assim chegar a várias possibilidades de futuras ações sociais.


Giovanna Gomes de Paula - direito noturno

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