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sábado, 7 de setembro de 2013

                             A depressão do ideal imperfeito


  Na sociedade moderna, vivemos uma incessante busca para encontrarmos algo que seja sempre perfeito. Por conta da vida social em nossa atualidade ser sobrecarregada e o dia a dia ser uma complexa selva de pedra competitiva, o indivíduo, exausto de sua rotina massante, procura alcançar sempre um mundo ideal, ou seja, ter posse de uma vida pessoal que sempre lhe traga felicidade.
  Entretanto, a realidade não é esse "faz de conta" perfeito e o indivíduo, crente neste mundo ideal, se frusta ao perceber o real puro e imperfeito. Eis que surge então o mal do século XXI, a doença que atordoa multidões em torno do mundo: a depressão.
  De acordo com a análise dos estudos de Max Weber, pode-se entender porque acontece essa depressão causada pela frustração. Segundo Weber, os indivíduos desde os primórdios almejam uma vida repleta de contínuas satisfações. No entanto, nada é tão simples assim e então surgem as dificuldades. Para Weber, portanto, é necessário ao indivíduo se desfazer desse preceito de que tudo pode ser caracterizado como perfeito, pois segundo ele, a formação do tipo ideal seria apenas uma ferramenta metodológica para compreensão da realidade. Ao se imaginar o ideal, utiliza-se dele para constatar a realidade e percebe-se então que o real e o ideal são totalmente distintos. Eis que o conceito de ideal se dissolve e o individuo passa a conviver somente com o real. Quando esse desapego com o ideal não acontece, o indivíduo frustra-se e acaba adquirindo depressão.
  Para Weber, se faz importante também compreender o mundo real de uma maneira que não se generalize todas as ações sociais. Em qualquer ato da sociedade, por mais coletivo que seja é necessário se analisar os movimentos particulares de cada indivíduo, pois ao se ter uma compreensão generalizante perde-se pelo caminho riqueza de detalhes em ações com caráter de opiniões multifacetadas.
  É necessário portanto, deixar para trás todas as amarras de um mundo idealisticamente perfeito. O mundo tem suas desigualdades, seus impasses, porém cabe a cada um de nós, coletivamente ou individualmente, nos prepararmos para podermos fazer de nossas vidas o mundo ideal que pudermos conquistar, construindo sobre um defeito o nosso mundo imperfeito.


Ana Carolina Alberganti Zanquetta, 1º ano Direito Noturno

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