René Descartes, com seu
método cuja base era a razão, deixando de lado o dogmatismo de sua época e
pregando uma ciência ao alcance de todos, inova e dá início à filosofia moderna
com a célebre frase: “Eu penso, logo existo”. Frase na qual está implícito que
a essência do homem está no ato de pensar e que para esse ser alguém não há
necessidade de mais nada, além disso.
O grande progresso da
ciência no mundo contemporâneo e a maior facilidade de acesso ao conhecimento
advêm do método narrado por Descartes em “O Discurso do Método”. Tal método,
segundo o filósofo, poderia ser utilizado por qualquer ser humano por esse
possuir a razão, o bom senso, o que o diferenciava dos animais.
Porém, todo homem tem a
oportunidade de pensar e sendo assim existir?
Em pleno século XXI, em
todo o mundo, um número muito elevado de indivíduos vive precariamente; milhões
de pessoas passam fome, não possuem moradia, não têm acesso à saúde, não têm
acesso à educação e consequentemente é elevado o número de analfabetos; tal
quadro social pode se exemplificado pela África subsaariana, que sofre as
conseqüências de sua colonização até os dias de hoje e é uma das áreas do globo
em que predomina a extrema pobreza. Pessoas que vivem desse modo, apenas lutam,
como animais, por sua sobrevivência; entretanto , animais são desprovidos de
racionalidade enquanto tais pessoas apenas são impedidas de fazer uso da sua.
E, partindo do pressuposto que para existir há necessidade de pensamento,
perante a sociedade tais seres humanos passam a não existir.
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