A história do homem foi sempre composta por pelos anseios daquilo que conhecemos como direito natural e a incansável luta rumo ao alcance desses valores ficou conhecida como revolução. Esse direito natural corresponde aqueles valores inerentes ao homem por natureza para a manutenção de vida digna e saudável.
Dessa maneira, sempre com o pressuposto da luta pela liberdade, pela dignidade, ou seja, pelos direitos naturais, grupos revolucionários desejavam transformar toda a conjuntura política e/ou econômica vigente, pois essa estrutura era repressora, elitista e privilegiava poucos. Essa confronto é vencido então pelos revolucionários, que atingem o poder com a missão de efetivar tudo aquilo que defendiam durante a sua luta. Quase sempre, com o poder em suas mãos, distorcem grande parte do seu ideal, de modo que outro poder constituinte ou revolucionário surge, com novas ideias e propostas rumo ao tão desejado alcance da liberdade e dos direitos naturais. Esse processo de infinitas lutas sociais foi aquilo que Marx definiu como o “motor da humanidade”, demonstrando na prática que o os grupos revolucionários de hoje, quase sempre, são os “repressores” de amanhã.
O direito natural se mostra sempre muito eficaz para que a sociedade como um todo seja convencida e defenda a causa. O termo revolução, portanto, é muito relativo e pode ser distorcido, pois muitas vezes o direito natural é colocado em jogo para justificar esse ato, quando na verdade essa transformação será negativa , com o benefício de uma minoria.
Essa ideia relativa e distorcida da revolução pode ser encontrada em qualquer canto do mundo contemporâneo. A recente ocupação da reitoria da USP, por exemplo, defendia uma maior “liberdade” frente a repressão policial do campus. Na verdade, a polícia se encontrava em grande número no campus universitário devido ao grande número de crimes no local, que culminaram com o assassinato de um aluno. O que esses falsos revolucionários queriam era fazer o uso da maconha. Essa luta partiu do pressuposto da liberdade, como sendo um direito natural, quando na verdade foi uma luta somente de uma pequena parcela social. Defendiam a “liberdade e a democracia”, e quando a votação para a ocupação da reitoria foi vencida por NÃO ocupar, ocuparam mesmo assim.
O saldo final dessa “revolução” foi a destruição do patrimônio público e gastos infinitos com o deslocamento de policiais que deveriam estar cuidando da segurança de outros cantos da cidade, para retirar os alunos da reitoria.
Existem sim, muitos problemas no ensino público. Ainda há muito para melhorar. A corrupção deve ser combatida, a infra-estrutura (moradias, alimentação, transporte) deve ser implementada e melhorada e as verbas destinadas à educação devem ser aumentadas. Nada disso foi visto nessa recente ocupação da USP.
O direito natural, em suma, é a consciência do homem em relação a valores fundamentais para a sua dignidade e deve estar sempre inserido no dia a dia do homem. No entanto, a sociedade não pode se deixar influenciar por qualquer motim com ares de liberdade. É preciso discernir quando esses valores foram distorcidos, pois o benefício de uma luta deve ser coerente e para toda a população. Só assim existirá revolução.
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