Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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quinta-feira, 2 de junho de 2011
DIMENSÕES SUBJETIVA E OBJETIVA DO TRABALHO
Anteriormente à Revolução Industrial, o trabalho era desenvolvido por artesãos e produtores manufatureiros, cuja produção estava inteiramente submetida ao seu domínio, sobretudo organizados na forma das corporações de ofício. Nesse formato, o trabalhador tinha grande liberdade de criação, flexibilidade de horário e podia conhecer sua identidade no produto concebido por seu labor.
Com o advento da máquina a vapor e de tantas outras inovações tecnológicas, as relações de trabalho sofreram distorções: o homem perdeu seu papel ativo nos ditames da produção, ficando submetido ao ritmo imposto pelas máquinas e tornando-se o seu mero operador. Deixa de ter autonomia sobre a criação, partindo-se exclusivamente de modelos predeterminados, além de estar restringido a apenas fragmentos do processo produtivo. Como consequência disso, enxerga a sociedade sob uma visão reduzida, como se tentasse observar uma paisagem por uma ínfima fresta de uma janela. Como Marx explica: “O capital faz o operário trabalhar agora não com a ferramenta manual, mas com a máquina que maneja os próprios instrumentos”.
Na medida em que essas transformações ocorrem, o trabalho deixa de lado seu fim social de caráter subjetivo, isto é, que parte da iniciativa humana, e assume um aspecto objetivo que prioriza a dimensão econômica da atividade, vendendo, assim, a força produtiva do homem, bem como de toda sua família. “A maquinaria transformou-se imediatamente em meio de aumentar o número de assalariados, colocando todos os membros da família do trabalhador, sem distinção de sexo e de idade, sob o domínio direto do capital. O trabalho obrigatório para o capital toma o lugar dos folguedos infantis e do trabalho livre realizado, em casa, para a própria família, dentro de limites estabelecidos pelos costumes”.
Portanto, numa conjuntura em que o capital impera e determina a máquina como senhora do processo produtivo, o homem reduziu-se a um simples apêndice da mesma, sem ao menos ter consciência disso – o que é fruto da alienação que decorre do capitalismo e o sustenta, ao lado da mais-valia, instrumento de exploração e garantia do lucro do proprietário dos meios de produção.
Grupo: Ana Carla Pessin de Souza, Henrique Lima de Almeida, Laura Melo Zanella, Laura Soriano Infante França e Letícia Buranello Moura.
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