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sábado, 2 de abril de 2011

Valorização da teoria e abandono da prática

Há, especialmente nos dias atuai, intensa valorização da palavra, da retórica, da articulação de raciocínios, do "falar bem". Não vejo, particularmente, nenhuma mal nisso. Contudo, acredito que, além de conhecer e aplicar técnicas que engrandecem o modo como nos expressamos, devemos reavaliar o conteúdo e a aplicabilidade do nosso discurso.

Francis Bacon afirma que, enquanto exaltamos e admiramos os poderes da mente humana, ignoramos suas falhas e não buscamos auxílio para adequá-los. Dessa forma, insistimos em "tagarelar" como faziam os gregos e não geramos conhecimentos capazes de melhorar a condição humana.

Para quebrar tal ciclo de produção inútil, Bacon recomenda domesticar a mente através da experimentação, isto é, embasar as ideias (pensamentos) em experiências observáveis (dados). Ele ainda argumenta que o homem precisa ser levado aos próprios fatos a fim de que ele se sensibilize e se sinta obrigado a renunciar ás teorias (especulações) e comece a produzir efetivamente ciência que auxilie o desenvolvimento humano.

Assim, não basta um cientista social mergulhar em livros, teorias, filosofias para chegar a um conhecimento relevante á sociedade sem visitá-la; não basta um político tecer seu discurso em favor dos oprimidos sem conhecê-los; não basta um médico receitar um medicamento sem saber se seu paciente conhece noções de prevenção da doença.

Portanto, é importante que o homem continue se expressando bem; porém, mais do que isso, é essencial que ele inove, experimente, busque conhecimentos que surtam efeito sobre o bem comum.

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