Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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segunda-feira, 4 de abril de 2011
Francis Bacon e a arte de interpretar a Natureza
Na obra "Novo Organum", em meio a críticas aos gregos e ao modo como as ciências eram conduzidas, Francis Bacon apresenta um novo método para a pesquisa científica e a expansão do conhecimento, o qual foi formulado para substituir o "Organon" aristotélico. Bacon entendia a ciência em geral como a arte de interpretar a natureza, e considerava como função do homem desmistificá-la. O homem, como ser racional, é o único realmente capaz de realizar tal tarefa, e a sua inesgotável curiosidade é o principal motivo pelo qual se dedica arduamente à esse dever. Porém, essa busca pela verdade por trás da natureza não deve ser feita de qualquer maneira. Para que seja eficiente em seus resultados, Bacon prega como melhor método de pesquisa o que "... recolhe os axiomas dos dados dos sentidos e particulares, ascendendo contínua e gradualmente até alcançar em último lugar os princípios de máxima generalidade". (aforismo XIX) Mesmo seguindo esse método, Bacon já dá a entender anteriormente na obra que seu uso não fará ao homem um dia chegar a todas as verdades da natureza, pois ela "... supera em muito, em complexidade, os sentidos e os intelectos". (aforismo X) Na obra, segundo o aforismo XXXI, Francis Bacon também incentiva os cientistas a experimentarem coisas novas, uma vez que nenhum avanço será observado tentando achar algo novo sobre o velho. Ele aconselha olhar o velho de uma outra maneira, reinventá-lo, para assim poder encontrar algo novo. Para finalizar, gostaria de citar o aforismo XXVII, o que me chamou mais a atenção devido à seu potencial poético: "... se todos os homens se tornassem da mesma forma insanos, poderiam razoavelmente entender-se entre si". Talvez por ser a mais bela frase da obra, é a que considero mais equivocada, uma vez que, no mundo atual, no meio de tantas crises e caos, não existe um homem são e, mesmo assim, a sociedade não se entende.
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