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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Crítica, razão e experimentação.

Francis Bacon demonstra em sua obra-prima filosófica ter um agudo senso critico e uma mente lógica e perspicaz. Apesar de estar inserido no contexto renascentista, não se curva e assume como verdades absolutas as proposições feitas pelos antigos. Tal afirmação é facilmente observada na passagem retirada de seu livro “Novum Organum”: “A verdade não deve, porém, ser buscada na boa fortuna de uma época, que é inconstante, mas à luz da natureza e da experiência, que é eterna”; esta é a passagem mais importante do livro, pois dela se desprendem as mais importantes teorias de Bacon – a consideração das teorias até então feitas como falhas e a experimentação.

Assim como Descartes, o filósofo inglês parte do método de desconstrução do universo para o maior compreendimento da natureza. Seu pensamento, porém, difere de Descartes em certo ponto, pois para Bacon, a verdade só seria encontrada partindo das sensações e chegando a um axioma particular, e dele indo para os axiomas gerais e, a seguir, aos princípios de inamovível verdade. Sua filosofia empirista envolvia as sensações e a experimentação, pois para ele os sentidos e a razão são dependentes para a realização de qualquer feito.

Francis Bacon toma como base a filosofia de Demócrito de tomar a natureza em partes para penetrar em seus segredos. O inglês prega a submissão do homem à força da natureza para melhor se utilizar dela. Nesse ponto chega a ir mais além do que Descartes e defende a ideia da escravização da natureza para o beneficio humano.

É defendido também no “Novum Organum” que o intelecto humano não é luz pura, pois recebe influência da vontade e dos afetos. A partir deste ponto, Bacon discorre sobre os ídolos e noções falsas que obstruem o acesso à verdade pelo homem, tais como: os Ídolos da Tribo (erros fundados na espécie humana); os Ídolos da Caverna (erros nos homens enquanto indivíduos – e há aqui menção ao mito da caverna de Platão); os Ídolos do Foro (erros que ocorrem na associação reciproca dos indivíduos) e, nos Ídolos do Teatro (erros que ocorrem pela invasão do espirito dos homens por regras viciosas).

Todas suas contribuições, seja com métodos ou ideais, o fizeram ser cunhado como o pai da ciência, tomando o posto de Aristóteles e reinventando os métodos de pesquisa e comprovação de teorias.

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