Há uma grande crítica feita por Marx e Engels perante àquilo que seria a representação política, algo que dialoga diretamente com as formas de governo atuais. Em suas teorias, destacam-se pontos que discutem a universalização do Estado, haja vista que esse é um problema que pode ser analisado tanto em monarquias quanto nas democracias, além de ser histórico e atual, mostrando seu grande foco nas relações sociais. Assim, pode-se, inicialmente, ressaltar que a crítica é feita a partir da noção de que é ilusória a percepção do Estado como agente capaz de suprir todas as demandas populares, além de destacar que o interesse particular acaba por ser sempre focalizado, sendo intrínseco ao indivíduo.
Nessa perspectiva, há o entendimento de que as classes dominantes vão ser privilegiadas por tal preceito, uma vez que a manutenção delas no poder é crucial para a estruturação do Estado focado no individualismo e na desigualdade social. Com isso, na realidade atual, por exemplo, percebe-se que o governo Bolsonaro sofre crescentes críticas por ser incapaz de garantir reivindicações de diversos segmentos da sociedade brasileira, lidando com o descontentamento não só da oposição, mas também de camadas da direita do país, o que faz com que seja notável, hoje, que sua rejeição entre a população supera sua aprovação. Dessa forma, entende-se que o Estado, partindo de formas democráticas, ainda pode ser inserido na lógica de falta da universalização dos direitos, além de demonstrar como a política atual encontra-se, muitas vezes, alheia à modernização da sociedade. Pode-se, ainda, destacar que tal fato está relacionado com outros desenvolvimentos de sistemas, sendo possível comparar as eleições de 2016 dos Estados Unidos com o entendimento da falta de consideração dos ideais populares, haja vista que a maioria popular preferia uma presidência do partido democrata, mas os eleitores do país optaram por Donald Trump, por conta da forma de voto indireto, a qual acaba sendo focada em uma parcela que não necessariamente representa a população.
Portanto, entende-se que Marx e Engels desenvolveram um pensamento aplicável na atualidade, expondo em diferentes épocas como o sistema político é feito de forma a permitir a manutenção da burguesia como detentora não só das forças produtivas, mas também dos meios de positivar suas reivindicações. Dessa forma, deve-se ressaltar, por fim, que os meios de desenvolvimento são, ainda, extremamente atrelados ao seu passado, algo que novamente retoma o pensamento dos teóricos, por não conseguir superar a falta de representação do povo nos pontos de maior valor na sociedade.
Maria Julia Pascoal da Silva- 1º ano matutino
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