O materialismo histórico e a impotência humana
A partir dos avanços e transformações provocadas pela Revolução Industrial, a produção e o enriquecimento foram supervalorizados pelas camadas sociais dominantes e, assim, acabaram ditando uma nova realidade social em que as relações se pautam, sobretudo, a partir de circunstâncias materiais. Nesse contexto, no século XIX, os filósofos alemães Karl Marx e Friedrich Engels fizeram uma análise da história humana a partir de sua óptica materialista, além de criticar e apontar os erros de métodos de filósofos que os antecederam.
Dessa forma, Marx e Engels iniciam sua análise com base nas relações materiais, responsáveis por engendrar a existência da raça humana como ela é. Como exemplo do condicionamento do ser humano através do material, tem-se a inerência do trabalho para o homem, uma vez que, ao precisar produzir os meios que garantam sua existência, o ser humano se distingue dos outros animais. Logo, como as relações de produção condicionam a identidade humana, elas são elemento fundamental para a existência de quaisquer relações sociais que podem ser desenvolvidas.
Portanto, todas as ações, ideias, escolhas e crenças dos homens estão sujeitas às circunstâncias históricas oriundas da necessidade de produção, ou seja, são inevitavelmente influenciadas pela base material. Assim, para os filósofos, não se pode dizer que o desenvolvimento de qualquer pensamento humano é autônomo, pois eles são reflexo direto de atribuições e acontecimentos da vida material. Nesse âmbito, como exemplo, eles acreditam que a religião é uma das principais expressões da impotência e dependência humana do mundo material, visto que é uma manifestação da necessidade do homem de combater o sofrimento gerado pelo mundo material através de uma falsa esperança na realidade, que os consome para a perpetuação da produção.
Luiza Polo Rosario – 1º ano Direito Matutino
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