As revoluções que aconteceram na Europa em meados do século XVIII conseguiram solapar os reinados absolutistas do continente. Essas revoluções tinham o objetivo de fazer com que todo o indivíduo fosse tratado igualmente livre e como detentor de vários outros direitos, e que ninguém fosse considerado divino e acima das leis, como muitos reis eram. Nesse contexto, os burgueses (grupos organizadores desses movimentos) conseguiram atingir grande parte do seu objetivo, com os reis depostos ou mortos e com leis que limitam os indivíduos. No entanto, a igualdade entre todos, fora da lei, ao contrário do intuitivo, ainda não foi atingida.
Em primeiro lugar, quando se fala de igualdade, pensa-se muito na igualdade formal, sendo que essa de fato foi atingida pelos burgueses. Nessa perspectiva, o Direito, conforme Hegel, serviria justamente para garantir a igualdade de direitos de forma racional e imparcial, de forma a desconsiderar interesses particulares. Contudo, tal ótica não engloba as raízes da criação das normas: se quem cria o ordenamento são as classes dominantes, como esperar que garantam a igualdade entre todas as classes, inclusive a do proletariado, que faz o burguês lucrar? É isso que Hegel não percebeu em sua teoria.
É válido dizer, então, que apesar dos avanços e contribuições de Hegel em direção ao socialismo, faltava em suas análises o ponto de partida que levava o seu objeto de estudo a se tornar esse objeto. Quem contribuiu dessa maneira, foram Marx e Engels, que conseguiram estabelecer relações entre os donos dos meios de produção e os proletariados, evidenciando a dominação daqueles, tanto política quanto socialmente.
Portanto, conclui-se que sim, as revoluções europeias conseguiram grandes avanços. Porém, isso não significa dizer que finalmente, sob o aspecto social, elas conseguiram a igualdade formal e material. Afirmar tal pensamento é, no mínimo, um exagero.
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