Sob base
similar a positivista, é moldada a óptica durkheimiana. A partir da construção
do mecanismo sólido de conhecimento que extingue a aplicabilidade de
pré-noções, o indivíduo social, para Durkheim, se distancia de místicas e
inverdades fantasiosas desenvolvidas pelo meio social, para algo que lhe
aproxima daquilo que se pode considerar verdadeiro em sua essência e naquilo
que lhe cerca.
Todavia, o que se denota na prática na teoria
elaborada por Durkheim é a servidão do indivíduo ao que o autor denomina ‘’fato
social’’. Tal fato, no mundo real, é um mecanismo que transforma o indivíduo em
um mero servo das regras sociais, não apenas as que o homem se deu o labor de
escrevê-las em pedaços de papel que todos devemos servir, mas também à aquilo
que a sociedade exige pela força avassaladora e torturante do aspecto moral.
A construção
do funcionalismo na teoria durkheimiana trouxe consigo a morte do que há de
mais belo e valioso na espécie humana, sua capacidade intrínseca de se
distanciar de reproduções irracionais que contrariam aquilo que suas vontades e
sua noção de finitude do espaço, do tempo e da vida lhe conduziriam a fazer. A
sociedade desenvolveu réguas e medidas sob as quais todos devemos procurar nos
enquadrar, e quando alguns de nós ousaram nadar contra a correnteza, fatalmente
se afogaram ao se deflagrarem com tamanha força promovida pela corrente
virtuosa e moral das regras sociais e seus discípulos.
Portanto, o que é possível alcançarmos para a
elaboração de uma ciência social capaz de trazer ao homem algum avanço, após a
transformação de tudo que conhecemos em avanço pelos racionalistas, é a
necessidade de insubordinação às regras impostas por aqueles que dominam o
pensamento e as regras sociais de métodos de conduta e pensamento. Somente ao
se afastar da dominação social e promover-se individualmente, cada indivíduo
será capaz de promover pequena força contra a corrente, retomando a metáfora
supracitada. E ao acumularmos pequenas forças, será possível a formação de uma
sociedade verdadeiramente humana que possa quebrar a força da correnteza da irracionalidade
das normas.
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