Desde o princípio, a essência humana se alicerça nos mais diversos embates de ideias e propósitos. Tal fato, continua a se reverberar na atual sociedade. Contudo, deve-se perceber que a maioria dos debates acabam por ser supérfluos e inúteis para a realidade. Francis Bacon já criticava esta pratica 400 anos atras. O tempo, como Descartes muito bem analisa em sua obra, é um bem único e que não deve ser perdido; desta forma, para uma sociedade melhor é preciso que se foque a luz da razão em pontos verdadeiramente necessários para o desenvolvimento social.
Este foco tem que ser levado muito mais a sério no momento atual do país. Num momento prévio à eleições o pragmático é, no mínimo, essencial para ser avaliado nos discursos dos candidatos. Não pode haver espaço para pura ideologia num ambiente sério de decisões que afetam a vida de todos. Os ideais de Bacon têm que valer, não se pode deixar cegar pelos ídolos que se criam a partir do próprio indivíduo e que justificam o floreio de coisas absurdas como a discussão da existência de um poder secreto comunista no Brasil.
Para uma evolução e melhora da sociedade tem de haver o espírito inquieto e humilde de Descartes. O confronto com o pré estabelecido tem de ocorrer para que se possa analisar o que de fato é pertinente e o que já não traduz a vontade popular. Abandonar o que julga-se ser correto para uma análise completa a partir de bases solidas faz se necessário para uma reestruturação e revolução no modo de agir do todo.
Em última instância, é interessante analisar como as ideias de pensadores formuladas há quase meio milênio permanecem extremamente contemporâneas. Mesmo com tantos eventos ocorridos através do tempo, é perfeitamente possível encaixa-los na vivência atual de um país distante e bem diferente do que eles escreveram suas obras. Seriam gênios visionários ou apenas a humanidade tem o habito de permanecer a mesma?
Enzo Gonçalves Peres
1° Semestre Direito Matutino
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