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segunda-feira, 2 de abril de 2018


O filme “A Onda”, produzido em 2008, retrata o experimento de um professor de autocracia na Alemanha contemporânea, que buscou provar a possibilidade de uma nova ascensão nazifascista no pais, apesar de tal ideia ser absurda e obsoleta para majoritária parcela dos alunos. Para isso, o docente, Rainer Wenger, persuadiu os estudantes sobre as vantagens da consolidação da sala como um único grupo, que desconsidera as idiossincrasias dos membros, com direito a uniformes, símbolo de cumprimento e marchas. Todavia, no decorrer da obra, a identificação dos jovens, exceto Mona (Amelie Kiefer), com tal união, tornou-se tao forte que extrapolou os limites da ética profissional, já que houveram atos de vandalismo  (para a exaltação do movimento), perseguição, idolatria, entre outros.
Essa alienação dos alunos, frente `as ordens de Wenger, representa uma clara divergência em relação ao método cientifico do filosofo Rene Descartes, visto que em nenhum momento duvidaram da legitimidade do grupo, ou procuraram vencer as próprias convicções de modo racional.
Apesar do filme abordar uma extrema negligencia da racionalidade, artisticamente, o contexto no qual se insere, de desrespeito `a pratica dos princípios do método de Descartes, pode ser traduzido na realidade, a exemplo da aceitação indubitável do geocentrismo na Idade Média. Assim, cientistas questionadores, em acordo com a filosofia epistemológica, como Galileu Galilei (que propôs o heliocentrismo), podem ser caracterizados como “Monas” de paisagens exteriores `as telas de cinema, enquanto as instituições de estabelecimento de dogmas incontestáveis (como a Igreja medieval), como “professores Wengers”. Nesse caso, sem objetivo de experimentação.
Giovana Fujiwara (diurno).


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