Total de visualizações de página (desde out/2009)

segunda-feira, 2 de abril de 2018


No filme “A Onda”, dirigido por Dennis Gansel, um professor de autocracia busca testar a possibilidade de ascensão do nazi-fascismo na Alemanha contemporânea, após seus alunos julgarem tal possibilidade absurda. Com isso, procurou consolidar a sala em um grupo de identidade única, chamado de “Onda”, com símbolo especifico de cumprimento (notado no cartaz de divulgação da obra), uso de uniformes, marchas e respostas curtas e diretas dos integrantes ao líder.
Tamanha a identificação dos estudantes com o movimento, o experimento de Gansel extrapolou os limites éticos, já que ocorreram casos de vandalismo e intimidação de terceiros em defesa da legitimidade da “Onda”.
Como os alunos não pertencentes à sala de autocracia, como Mona (Amelie Kiefer), criticavam o posicionamento da sala e de Gansel, os membros do movimento os marginalizavam e intimidavam, inclusive com violência física.
À medida que o grupo existia independentemente da opinião de terceiros, e exercia coerção sobre os indivíduos não padronizados , podemos caracteriza-lo como um fato social, máxima de Émile Durkheim. Essas coerções não judiciais, mas sim sociais, podem ser traduzidas para a realidade atual, a exemplo da depilação feminina, já que as mulheres que não a fazem, consoante uma perspectiva feminista, são excluídas por grande parcela da sociedade, que as julgam como não higiênicas.
Vale ressaltar, ainda, que o conceito de anomia do mesmo sociólogo, definido como uma situação de ausência de normas e perdas de fé e tradição, também pode ser notado no final da obra, já que a personagem Tim, frente a possibilidade de desagregação do movimento, tem uma crise de identidade e se suicida. O mesmo provavelmente não ocorreria em soldados das Cruzadas ou das Guerras Mundiais, por exemplo, uma vez que viam a vida como uma ferramenta para a defesa de valores, como a religião e a pátria, respectivamente.
Giovana Fujiwara (diurno).


Nenhum comentário:

Postar um comentário