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domingo, 3 de setembro de 2017

Meus heróis morreram de overdose, os meus inimigos estão no poder

A classe burguesa toma papel principal, indispensável e muitas vezes heroico nas relações históricas. A tomada do poder das mãos de nobres absolutistas, a democratização social, a liberdade humana, exemplos de sua “superioridade cultural”. A ascensão burguesa proporcionou incríveis cumes de tecnologia e conhecimento, coisa que nenhuma outra classe em qualquer outra era foi capaz de realizar. A sociedade, após o ápice do poder burguês, finalmente é livre para se organizar como quiser, cada cidadão é livre para fazer o que quiser segundo a lei universal. Livres? Seríamos realmente livres?
Assistindo o meio social com lupas para a problematização carcerária e jurídica, consegue-se ver que a prisão, método atual de reparação da criminalidade, se deu somente pela ascensão dos burgueses. Reparação. Reabilitação. Falácia. O autor Michel Foucault apresenta que a finalidade da prisão, na verdade, nunca foi reabilitar e ressocializar o delinquente. E sim excluir, vigiar e punir. E assim acontece ainda nos dias atuais. Mesmo com toda a forma de suplício ocorrida nas cadeias brasileiras, como superlotação, violência nas celas, estupros, fome, pessoas vivendo na sujeira, sendo tratadas como lixo, propícias a todos os tipos de doença, mesmo com tudo isso, ainda legitima-se o método, defendendo que é o necessário para o delinquente. Necessário para quem? Para a reeducação social do ser humano ou para a exclusão deste do meio social do burguês opressor que pensa nos seus bens materiais acima da racionalidade humana?

Apenas um fato social que apresenta a alienação nossa de cada dia. Aquele que é capaz de torturar desumanamente o homem que invade sua propriedade, seria capaz de deixar o restante da plebe livre? Seríamos realmente livres? Um obrigado pela liberdade concedida por nossos heróis.

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