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domingo, 7 de agosto de 2016

O problema da identidade coletiva

Vive-se um momento conturbado no contexto político brasileiro, as forças políticas há muito não estavam tão divididas e combativas. A desunião encontra-se na rua, e um reflexo disso foi a maior manifestação pró impeachment da presidente Dilma Roussef da história, que contou com uma massa de pessoas tomando as ruas de todo o Brasil. Ao final do ato da direita, um vídeo que mostrava várias pessoas que não sabiam nem o mínimo necessário para defender a bandeira do “fora Dilma” se espalhou pela rede. A resposta veio logo em seguida. Um outro vídeo, agora mostrando a desinformação dos vermelhos, ganhou a internet.
As levas de ignorantes que compõe os dois atos é um grande motivo para questionar o sistema educacional no Brasil, mas não cabe a nós, nesse momento, abordar tal temática. Faremos um recorte durkheimiano da situação, observando como as formas de comportamento individual, são reflexos de uma atitude coletiva. Participar de um circulo social significa compartilhar interesses, isso é, defender ideologias e modos de pensar em comum. Essa situação, para o desenvolvimento crítico do ser humano, é péssimo, já que dificulta o combate de ideias e consequentemente conforta o ser em uma situação de repouso na busca por informação. Essa inércia não nos força a questionar, podendo nos levar a frequentar atos que defendem determinado ponto de vista sem ao menos pensar criticamente sobre.
Outro problema a ser levantado é o modo de agir do ser humano em grupo ou sozinho. Sobre a natureza coletiva, Durkheim escreve: “É, pois, na natureza desta individualidade, e não nas das unidades componentes, que é preciso ir buscar as causas próximas e determinantes dos fatos que nela se produzem. O grupo pensa, sente e age diferentemente da maneira de pensar, sentir e agir de seus membros quando isolados”. Isso é, há um “efeito corrente” que impulsiona o ser a tomar certas atitudes, por vezes inconsequentes, quando se sente parte de um coletivo. É o caso das manifestações, que nos assusta com situações tenebrosas, como um pedido de intervenção militar, muitas vezes refletindo o pensamento coletivo, não o individual das pessoas que integram o grito.

Assim, a contemporização de Durkheim é mais do que valido, em vários aspectos. O escolhido para a dissertação reflete os anseios do povo, que tomam as ruas, mas encontram-se nus, sem armas opinativas e argumentativas. A problemática gerada é o perigo de uma legião de indivíduos servirem como uma massa de manobra, e ficarem vulneráveis ao “efeito corrente”. 

Guilherme Araujo Morelli Costa  1° Dir. Noturno 

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