Vive-se um momento conturbado no
contexto político brasileiro, as forças políticas há muito não
estavam tão divididas e combativas. A desunião encontra-se na rua,
e um reflexo disso foi a maior manifestação pró impeachment da
presidente Dilma Roussef da história, que contou com uma massa de
pessoas tomando as ruas de todo o Brasil. Ao final do ato da direita,
um vídeo que mostrava várias pessoas que não sabiam nem o mínimo
necessário para defender a bandeira do “fora Dilma” se espalhou
pela rede. A resposta veio logo em seguida. Um outro vídeo, agora
mostrando a desinformação dos vermelhos, ganhou a internet.
As levas de ignorantes que compõe
os dois atos é um grande
motivo para questionar o sistema educacional no Brasil, mas não cabe
a nós,
nesse momento, abordar tal temática. Faremos um recorte
durkheimiano
da
situação, observando
como as formas de comportamento individual, são reflexos de uma
atitude coletiva. Participar de um circulo social significa
compartilhar interesses, isso é, defender ideologias e modos de
pensar em comum. Essa situação, para o desenvolvimento crítico do
ser humano, é péssimo, já
que dificulta o combate de ideias e consequentemente conforta o ser
em uma situação de repouso na busca por informação. Essa
inércia não nos força a questionar, podendo
nos levar
a frequentar atos que defendem determinado ponto de vista sem ao
menos pensar criticamente sobre.
Outro
problema a ser levantado é
o modo de agir do ser humano em
grupo ou sozinho.
Sobre a natureza coletiva, Durkheim escreve: “É, pois, na natureza
desta individualidade, e não nas das unidades componentes, que é
preciso ir buscar as causas próximas e determinantes dos fatos que
nela se produzem. O grupo pensa, sente e age diferentemente da
maneira de pensar, sentir e agir de seus membros quando isolados”.
Isso é, há um “efeito corrente” que impulsiona o ser a tomar
certas atitudes, por vezes inconsequentes, quando se sente parte de
um coletivo. É o caso das manifestações, que nos
assusta com situações tenebrosas, como um pedido de intervenção
militar, muitas vezes refletindo
o pensamento coletivo, não o individual das pessoas que integram o
grito.
Assim,
a contemporização de Durkheim é mais do que valido, em vários
aspectos. O escolhido para a dissertação reflete os anseios do
povo, que tomam as ruas, mas encontram-se nus, sem armas opinativas e
argumentativas. A problemática gerada é o perigo de uma legião de
indivíduos servirem como uma massa de manobra, e
ficarem vulneráveis ao “efeito corrente”.
Guilherme Araujo Morelli Costa 1° Dir. Noturno
Guilherme Araujo Morelli Costa 1° Dir. Noturno
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