O
positivismo foi/é uma corrente filosófica que surgiu na França no começo do
século XIX. Seu principal idealizador foi Augusto Comte, nascido em Montpellier
em 1798 e faleceu em Paris, em 1857. O pensador bebeu da mesma fonte de
preceitos do cientificismo,
já teorizados por Descartes e Bacon, formulando o positivismo, a forma de conhecimento
calcado no saber cientifico e técnico, acreditava tanto nisso que chegou a
propor que ela seria a religião da humanidade, em que todos viveríamos livres
de dogmas, sendo guiados, portando, pelo esclarecimento da ciência. Comte
acreditava que todas as ciências deveriam ser modeladas de acordo com os ideais
da física, e que uma nova ciência, chamada “física social”, abarcaria todos
esses conhecimentos, sendo assim, o nosso pensador criou a sociologia com a
intenção prática de interferir no rumo da civilização, alterando o
funcionamento da sociedade, dando ares de uma “reengenharia social”.
Nos
dia atuais é possível notar o quão dissonante é essa reengenharia proposta por
Comte, o lema que estampa nosso lábaro já demonstra que algo não saiu bem, a
“ordem e progresso” que fez brilhar os olhos dos proclamadores da republica (a
exemplo do coronel Benjamim Constant) e de outros como Euclides da Cunha, Luís
Pereira Barreto, o marechal Cândido Rondon, até hoje, ao meu ver, não deu o ar
da graça em terras tupiniquins. O positivismo diz que a linguagem científica é
a insígnia que nos levará a modernidade, e que para efetuar o progresso é
preciso haver uma classe especial, especialmente tecnocrática, que sejam
capazes de estabelecer a ordem e promover esse progresso, assim foi feito, os
militares abraçaram a ideia, em 1889 veio o golpe da república e positivismo
perdura até hoje.
Para exemplificar, as ideias de Comte mostraram-se de forma vicejante na política econômica brasileira, cheia de intervencionismos e de planos
infalíveis no decorrer da história. A ideia do planejamento central para se
atingir a modernidade transformou o nosso país em um ambiente fértil para os
ideais positivistas, sendo que cada novo governo sempre promete o grande salto
para frente. Desde que somos uma nação republicana, diversos governos
intitularam-se ser os engenheiros sociais, criando um novo plano, novos pacotes,
um novo ‘roteiro’ ou uma nova moeda com o propósito de levar ao
desenvolvimento. Seguindo a agenda positivista, criar planos de natureza
aparentemente científica e utilizar a força do estado para aplicá-los seria o
suficiente, aliás, sendo advogado do Brasil, o mesmo ocorreu na União Soviética,
na China de Mao-Tsé e demais países com economia planificada e, supostamente,
planejada, que seriam governados por um ser especial, o tecnocrata.
E
agora, na segunda metade do século XXI, temos que ser duas vezes melhores e
fazer-se reconhecer no mundo globalizado, dar conta do interno e do externo. À lá Mano Brown: Mas como sê-lo se
estamos 126 anos atrasados?
Serei
‘positivo’.
No
momento em que o Brasil enfrenta uma de suas maiores crises, é possível, com
certa caridade, tentar acreditar nos ideais positivos, digo no cerne palavra,
testar nosso otimismo e pôr-se ao trabalho para mudar os rumos da história,
seja de qual bandeira for, independentemente de cor, sigla, credo ou etnia,
talvez Comte não vislumbrava o que seus ideais poderiam causar tantos anos
depois ou mesmo que imaginasse, não contaria com a astúcia e os planos ardis
dos políticos brasileiros, é preciso balizar minhas críticas supracitadas e,
mais uma vez, utilizar de ponderação. Tentar acreditar que essas páginas serão
viradas, ficarão nos livros de história, para alguns, com alento, para outros,
com desalento. Todos nós queremos saídas, mudanças e tal qual como o nosso pensador
da semana: o progresso. Sendo fruto do positivismo ou não, o brasileiro entende
bem em como dar a volta por cima.
Victor
Hugo Xavier, 1° ano Direito – Noturno.
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