Direita, esquerda, "contra o golpe" ou ao favor do
impeachment: tamanha polarização política retorna ao nosso contexto
nacional de forma histórica. O aumento do desemprego, inflação, os déficits
gerados pela má administração dos recursos públicos e os consequentes abandonos da educação, saúde, segurança e
mobilidade, fazem o descontentamento da população brasileira aumentar. É com tal
desânimo e ressentimento que se alimenta uma visão unilateral e individualista da
suposta solução.
Como já conhecido o lema da bandeira nacional,
"Ordem e progresso" é visto a
influência do positivismo já nas raízes da república nacional brasileira,
trazida por intelectuais e implantada como doutrina em academias militares, de
medicina, escolas politécnicas, etc, demonstra hoje seus reflexos quando a
sociedade prega a "manutenção da ordem" (uma visão um tanto quanto
conservadora) e crítica a "falta de progresso" (ignorando o avanço,
mesmo que pequeno, como a inclusão das minorias, a erradicação da fome, por
exemplo.)
Foi o francês Isidore Auguste Marie François Xavier Comte
(Auguste Comte) o precursor do positivismo, sob influência de Descartes e
Bacon. Sua visão cientificista rompia com o longo poderio intelectual da igreja
e das crenças, por tal propunha o Estágio positivo como último, sendo
antecedido pelo Estágio Teológico e metafísico. Em sua visão, buscava a verdade
através daquilo que pudesse ser comprovado, buscando padrões únicos até mesmo no
estudo das sociedades (física social), o
que hoje podemos enxergar como claramente impossível.
É justamente essa visão sobre o quanto é errônea a física
social, baseada apenas na razão, que precisamos buscar. Cada homem é único,
possui sua personalidade, história e cultura, assim nunca se comportará da
mesma forma, como uma reação química por exemplo. Tendo isso em vista, não
podemos ser estudados e nem tratados como tal. Como seres humanos possuímos tanto nosso lado
racional como o passional, e por mais que muitas vezes esqueçamos disso, deve
haver um equilíbrio entre ambas partes, principalmente quando tomamos decisões
que afetarão a vida de outras pessoas.
Ana Carolina Gracio - Direito Diurno - 1º ano.
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