René
Descartes, em “Discurso do Método” nos leva, de maneira simples e racional, a
intrigantes e profundas reflexões sobre a razão, a origem da diversidade de
opiniões, ao desprendimento do conhecer apenas o que nos agrada ou do que se assemelha
conosco ou com a nossa cultura, o desconfiar do que nos é incutido apenas pelo
exemplo ou pelo hábito, a ideia de perfeição e da existência de Deus, dentre outros
assuntos.
Ao
se realizar uma leitura o mais minuciosa possível, percebe-se que mesmo
tratando-se de uma obra do século XVII ela nos remete a diversas temáticas
mundiais da atualidade como a intolerância, depreciação de culturas, pseudointelectualidade,
hipocrisia e indústria cultural.
Dentre
os exemplos das temáticas acima citadas estão os constantes discursos de ódio
professados nas mídias tanto por parte dos radicais islâmicos quanto pelos
personagens do mundo ocidental, debates políticos constantes e muitas vezes vazios
nas redes sociais (remetendo a ideia de “ativismo de sofá” de Zygmunt Bauman), bem
como a efemeridade das tendências de moda.
Com
relação ao campo jurídico há, por exemplo, uma crítica sobre o arcaísmo das
leis no momento em que Descartes acredita que nada no mundo permanece sempre da
mesma forma, daí a necessidade de um constante aperfeiçoamento das normas
instituídas.
Diante
disso, percebe-se a importância desta leitura para todos, inclusive àqueles que como eu serão
futuros juristas.
Sthéfane Souza Tavares - Direito Matutino
Sthéfane Souza Tavares - Direito Matutino
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