Na gestão atual da Instituição
pública estadual de ensino de São Paulo (UNESP), a não transparência da
administração central, falta de verba para a extensão popular ou sua má
distribuição relacionada com a oferta mínima de bolsas de auxílio aos
voluntários são causas da discussão sobre o desmonte do Cursinho Popular de
Franca, acompanhado pelo campus de Ciências Humanas e Sociais.
A fim
de efetivar o debate sobre a função das instituições públicas, a Professora e
Doutora Marilena Chauí afirma que “a universidade pública sempre foi uma
instituição social, isto é, uma ação social, uma prática social fundada no
reconhecimento público de sua legitimidade e de suas atribuições”, ao que
remete qual seja o principal papel de exercício dessas universidades: externar
sua ciência de forma pragmática, oferecendo seu conhecimento prático no âmbito
social, ajudando a comunidade através do conhecimento aplicado. Função da qual
é legitimada e significamente atribuída ao Cursinho Popular, o qual torna
possível a realização do sonho de muitos jovens de baixa renda em cursar um
ensino superior.
Quando
se considera a possibilidade do desmonte do cursinho, se está considerando a
questão como fato econômico ou político, caracterizando-o na individualidade de
um sistema em corte de gastos e com déficit no recebimento de verbas. Porém,
observando os conceitos intrínsecos ao aparente, vê-se a necessidade de
abraçá-lo como um fato social segundo o conceito de Durkheim, dotado de valor
coletivo e contextual, a partir do externo e do geral. Fechar as portas do
cursinho significa não resolver o problema das extensões ou da instituição, mas
colocar 280 jovens que buscam um lugar na concorrência desleal do método
meritocrático de vestibular, que favorece o mais provido de oportunidades em
detrimento aos que não são socialmente privilegiados, submissos ao sistema de
classe.
O
desmonte do Cursinho Popular não pode ser articulado porque tem “a propriedade
marcante de existir fora das consciências individuais” (Durkheim. “As regras do
Método Sociológico”, p.02) e significar não o fim, mas a morte do futuro de
muitos.
Introdução à Sociologia - aula 5
Karla Gabriella dos Santos Santana 1º ano Direito - Diurno
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