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segunda-feira, 9 de setembro de 2013


                                        O que de fato nos é concebido como valor?

          Pensando na sociologia de Weber como uma sociologia embasada nas ações sociais, nas quais cada indivíduo utiliza de seu próprio juízo de valor para realizar sua conduta perante a sociedade, temos desmistificadas as ideias anteriores no tocante à "definição ou taxação da sociedade". Mais claramente, quer-se dizer que Weber , por mais que estude a ação social do indivíduo em estado bruto, não faz de seus resultados leis universais. Sua "anti-nomologia" , que deixa a pureza conceitual de lado, não mais irá buscar pela taxação dos Estados, nações, sociedades, etc, e sim compreender o que intrinsecamente as concebe : a ação individual.
          Percebo-me interessado por tal pensamento. Por mais que Weber cite um "tipo ideal", propõe-se longe de defini-lo como um "dever ser". Por mais que se enraízem tradições, hábitos, costumes e crenças em uma sociedade, estará o sujeito destinado a absorvê-las como fundamento de seu respectivo juízo de valor? É no inteligente modo de se conceber uma sociedade sem pureza conceitual que se abre lacunas para condutas inesperadas, para ações patológicas dentre outras afins que de certa aparecem e afetam o meio em que surgem.
          Em minha concepção, é dessa forma que podemos entender a ação dos indivíduos pelo viés da compreensão, e não da taxação e do julgamento, não que os mesmos não sejam necessários. O que se verifica, na verdade, é uma reação menos espantosa diante das inesperadas condutas que possam emanar do meio social. Acredito ser verdade, uma vez que muito me intrigo com Dexter Morgan, personagem de um seriado estadunidense.
         Órfão de uma mãe mutilada por serra elétrica, pai, psicopata, perito forense, assassino em série...  Age normalmente em sociedade, trabalha com homicídios, cuida do filho, mata... Mata, e ainda nos parece inocente. É raro encontrar algum espectador da série que o enxergue com maus olhos. Não identifico-me como um deles, por sinal, e acredito que o maior motivo para isso consiste em minha compreensão sobre o que verdadeiramente pesa em seu juízo de valor. Ter a mãe morta em sua frente e chorar sobre seu sangue o fez psicopata, o que no tardar de sua vida o fez agir fora da conduta social, seguindo sua paixão de matar.
        Tudo isso torna, ao meu ver, seus atos compreensíveis, o que acho ao mesmo tempo estranho. Estaria Weber falando de tal neutralidade perante os atos em seus ensinamentos?
          


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