Em sua tentativa de tornar o Positivismo
uma ciência que reorganizasse todo o conhecimento da humanidade, Comte optou
pela objetivação do conhecimento, valorizando o que poderia ser alcançado de
real com cada ciência. Assim, era superestimado o útil perante o incerto, o
concreto frente ao abstrato, tal como pode-se exemplificar a utilidade ao ser
humano da engenharia quanto ao valor subjetivo da poesia.
Assim,
todo conhecimento obrigatoriamente passaria por etapas, baseadas na origem de
como se o obteve. Do mais baixo nível sendo o conhecimento Teológico,
fundamentado no sobrenatural e tendo destaque nas sociedades primitivas, ao
mais alto que seria o próprio conhecimento Positivo, caracterizado pela máxima
exatidão da explicação dos fenômenos. Percebe-se novamente que a Comte não
interessava os assuntos advindos da imaginação ou psicológicos, mas sim aqueles
que pudessem tomar forma no mundo real.
Era destinada
à Sociologia a reunião de todo conhecimento histórico de modo científico. Por outro lado, a Física Social, recém criada
também, deveria resguardar todo conhecimento restante. Sua principal função
seria a de reestruturar a sociedade a fim de garantir o desenvolvimento humano.
Observa-se assim a influência do
Positivismo como meio para que a sociedade evoluísse, sem radicalmente mudar o
sistema, prezando pela ordem.
Curiosamente, Comte se contradiz
ao final de sua tentativa por
transformar o Positivismo numa religião, indo contra todos seus pressupostos.
Tendo a Ciência como deus venerado, e ele mesmo como o líder de tal religião. Resta-nos
julgar então até que ponto sua contribuição foi útil, evitando os devaneios sem
perder o que importa.
Renan Souza,
Direito diurno
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