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terça-feira, 16 de abril de 2013

Duvidar para crer




Duvidar para crer
A revolução científica provocada pela grande obra de René Descartes, em “O Discurso do Método”, provém do rompimento com a visão medieval do universo e a inauguração de um posicionamento mais científico e moderno da natureza. Publicada em 1637, a obra defendia a busca racional do conhecimento, abandonando todo o misticismo religioso da época, marcada pela total influência da igreja na ciência.

A nova filosofia de Descartes baseava-se na racionalidade, que, através do questionamento e da dúvida, buscava a explicação lógica e científica das verdades. A busca pelo desprendimento com o dogmatismo preestabelecido, é expresso pelo filósofo na seguinte frase: “Eu procuro inclinar-me mais para o lado da desconfiança do que para o da presunção. (…) Procurando descobrir a falsidade ou a incerteza das proposições que analisava, não por fracas conjecturas, mas por raciocínios claros e seguros.” Dessa forma, Descartes provocou um rompimento com a sociedade do século XVII, em que prevaleciam argumentos insustentáveis baseados na alquimia, na astrologia e na magia. Enfim, todo conhecimento baseado no sobrenatural deveria ser substituído pela experimentação racional.

Nessa linha de pensamento, Descartes propõe um método científico baseado na fragmentação de problemas em setores menores, de forma a facilitar sua resolução: o “método cartesiano”. Apesar de propor um método fundamentado no ceticismo, o filósofo sugere um “um ceticismo que não duvida para negar, e sim para chegar através da dúvida metódica ao verdadeiro conhecimento.” Dessa forma, estabelece um caminho para a configuração de um conhecimento seguro: a evidência, que expõe imediatamente a primeira concepção do entendimento; a análise, que fragmenta especificamente o assunto; a síntese, através da ordenação dos pensamentos do mais simples ao mais complexo; a evidência do conjunto, que é a enumeração e a revisão dos dados gerais.

O grande legado desse questionamento científico de Descartes está na busca permanente de um caráter comprobatório e mais racional do conhecimento humano. Ou seja, na busca pela verdade, a dúvida surge como a melhor escolha.

Gabriela Giaqueto Gomes - 1ºnoturno

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