Vivendo em uma Era na qual a ciência avançada não reserva mais tanto
espaço para as superstições, não há nada mais atual do que o racionalismo de
René Descartes.
Em sua obra, O Discurso do Método, René dá grande importância à dúvida,
por considerá-la o primeiro passo para se alcançar o conhecimento. De fato, o
autor abandona o ensino tradicional devido à descrença no conhecimento
transmitido pelo hábito e na esterilidade da filosofia – que até então apenas
contemplava o objeto de estudo - e foca seu trabalho no mundo mecânico, capaz
de explicar-se por si só, racional e independente de forças sobrenaturais.
Para Descartes, o conhecimento subdivide-se essencialmente para o
alcance da clareza, uma vez que quanto menor for a parte de estudo, maior será
o aprofundamento no assunto e assim parte-se do mais simples (fragmento) até
alcançar o todo complexo, que proporciona o saber científico aprofundado.
Contudo, embora o Cartesianismo defenda a razão como base para a
verdade, ele reafirma a existência de Deus, uma vez que, em sua concepção, o
homem dotado de razão não pode ter surgido sem que houvesse um ser supremo,
capaz de criar a inteligência e gerar as ideias. Para o autor, contextualizado
em uma época em que a influência da Igreja era tradicionalmente forte, a melhor
explicação para tal ser perfeito e supremo recai sobre a figura de Deus, e
assim ele concilia razão e religião, em meio a tantas divergências.
Ainda segundo Descartes, o alcance da razão demanda o "vencer a si
próprio" e sobrepõe a vontade do mundo à vontade pessoal, sempre com o
intuito de cultivar o bom senso e então atingir o conhecimento da verdade.
Assim, o racionalismo ganhou destaque na Idade Moderna e desde então
rege a busca por respostas para o que antes era solucionado pelas crenças e
mitos. René Descartes revelou ser alguém além de seu tempo e a maior prova
disso é o fato de que seu método se torna mais atual a cada dia, à medida que a
Ciência Moderna avança e realiza novas descobertas tecnológicas.
O século XXI, até então, representa o auge do pensamento cartesiano: se
o princípio da dúvida não fosse seguido, ainda que inconscientemente, a
humanidade não teria alcançado tamanho desenvolvimento científico.
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