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domingo, 25 de maio de 2025

Poder e Racismo: imposição de vontades

 “Poder é toda chance, dentro de uma relação social, de impor a própria vontade, mesmo contra resistência”, assim é a visão de Max Weber sobre poder. Com essa perspectiva, entende-se que esse conceito está presente não só na relação Estado e sociedade, mas também entre os indivíduos de qualquer comunidade; uma vez que tenha imposição de alguma vontade contra a resistência de outros. A partir disso, aplica-se essa lógica à explicação de racismo estrutural por Silvio Almeida: um conjunto de práticas, discursos e estruturas que produzem ou reproduzem desigualdades sociais com base na raça. 

De início, vale ressaltar que o racismo é um mecanismo de organização social, usado para controlar corpos, território e recursos, além de manter o privilégio de uma classe social branca dominante historicamente. À luz disso, podemos citar os casos de violência policial contra jovens negros, principalmente nas periferias. Nesse viés, entende-se que o uso da força policial é uma dominação legítima, reconhecida pelo Estado. Desse modo, mostra-se que as ações, mesmo sendo brutais, são normalizadas e aceitas institucionalmente. 

Em segundo lugar, é válido reconhecer que grupos brancos - historicamente dominantes - impõem sua vontade nas relações sociais e econômicas, mantendo os espaços de privilégio. A partir disso, verifica-se o que acontece no mercado de trabalho: desigualdade racial; por exemplo, pessoas negras ganham, em média, menos da metade do rendimento de pessoas brancas, segundo o IBGE. Essa dominação acontece de forma despercebida, como através da ideia de “mérito” - que ignora as barreiras históricas e sociais, impedindo o acesso igualitário. Assim, entende-se que o racismo é estrutural, já que não depende de intenções individuais racistas, mas está nos critérios, nas instituições e nos padrões sociais que excluem negros dos espaços de poder econômico. 

Portanto, fica evidente como o racismo na sociedade brasileira é uma imposição das vontades de uma classe dominante branca contra a resistência das outras raças. Dessa forma, percebe-se essa ideologia nos casos de violência policial e nas desigualdades no mercado de trabalho. Logo, esses exemplos reais expressam a dominação como forma de poder e a sua normatização perante as instituições e a sociedade em geral.


Maria Júlia Miranda Loureiro - 1° ano Direito Matutino

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