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sábado, 1 de abril de 2023

Cotidiano positivista

A corrente positivista urge em meio às aspirações intelectuais do século XIX, como forma de sistematizar o estudo dos fenômenos sociais, a fim de compreender o comportamento humano, propriamente dito, e, com isso, estabelecer o lema que hoje rege a bandeira nacional: “ordem e progresso”. Para tanto, o precursor de tal projeto, August Comte, apregoou a normatização sociológica como “física social”, tomando por base os métodos que norteavam as ciências naturais, como ilustrados, por exemplo, na formação das leis gerais de Isaac Newton.

Ao aplicar a metodologia científica sob a perspectiva sociológica, Comte introduziu a dicotomia de leis que promoveriam o pleno vigor do desenvolvimento coletivo, sendo essas a estática e a dinâmica. A partir desse raciocínio, o positivismo configurou uma ciência pautada em um novo objeto de estudo – as relações humanas e as ações individuais refletidas no geral – para permear a nova ideia de interdependência entre a conservação e o melhoramento e, assim, fomentar o progresso.

Com base nessa configuração, tal corrente se fez e faz muito presente, e é certo que cerceia a sociedade civil contemporânea em diversas esferas da vida pública e privada. Podemos notar essa presença desde os atos mais simplórios e corriqueiros, como a obrigatoriedade de saudar a bandeira do Brasil e de cantar o hino nacional, semanalmente, nas escolas, até em movimentos de maior amplitude que acarretam abrangência tanto nacional quanto internacionalmente, por exemplo, a discussão sobre a redução da maioridade penal.

Embora em proporções diferentes, ambas as situações são propostas sob um pano de fundo análogo, ou em muitos casos, igual, o qual visa a conjunção entre a estática das normas para que a dinamização desenvolvedora ocorra. No primeiro exemplo dado, cantar o hino significa a manutenção das tradições nacionais e a transmissão do ideal da educação como formadora dos novos indivíduos. Já no segundo, há a oposição clara entre as leis propostas por Comte, através da reformulação de uma lei tradicional, para mais uma vez ampliar atos disciplinares a cidadãos em formação.

Desse modo reitera-se a atualidade marcante advinda dos preceitos que caracterizam o pensamento positivista, haja vista sua permanência, em inúmeras situações, no cenário que nos cerceia até os dias de hoje, como exemplificado nos parágrafos anteriores.

 TEMA: "Existe positivismo hoje?"

Nome: Lucas Leite Silva de Oliveira - 1° semestre/Direito (matutino)

RA: 231224516 

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