O Positivismo de Augusto Comte, corrente filosófica elaborada no século XIX, dispõe acerca de uma reformulação na produção e propagação do conhecimento, haja que vista que, à época, os pensamentos e razões eram fundamentados em lógicas subjetivas, tais como a religião, sob forte influência dos princípios católicos.
Com o surgimento do Positivismo, o conhecimento científico passa a ser elaborado sob uma ótica, de fato, cientifica - isto é, comprovada. Desse modo, as convicções que compõem os saberes da sociedade não eram mais herança de um senso comum, mas sim do conhecimento empírico. O Positivismo, portanto, está intrinsicamente relacionado à propagação de pensamentos elaborados exclusivamente sob aquilo que pode ser provado, preterindo os antigos modos de produção do conhecimento. Além disso, a referida corrente filosófica pressupõe a incontestabilidade dos saberes já validados, desconsiderando a possibilidade de questionamentos ante às possíveis lacunas na disseminação de determinado saber.
Nessa perspectiva, analisando a sociedade contemporânea, verifica-se que a lógica positivista já não se aplica inteiramente aos modos atuais de produção do conhecimento. É de consenso geral que, a ciência, embora importantíssima e imprescindível para a validação de novas ideias, não se faz incontestável. Isso presume a máxima de que o saber científico, ainda que comprovado, sempre será alvo de novos questionamentos, pois à medida que a sociedade evolui, novas descobertas surgem. Sendo assim, infere-se que o conhecimento é mutável e apto a sofrer modificações, se opondo diametralmente à lógica inalterável do positivismo.
Portanto, compreende-se que o Positivismo, embora ainda exista, tornou-se ultrapassado e obsoleto no que tange à produção do saber científico nos dias atuais.
Beatriz Fernandes - 1° ano de Direito (matutino)
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