De
início, o pensador Max Weber define a sociologia como uma ciência que pretende
compreender interpretativamente a ação social e explicar os seus sentidos e
seus efeitos. Para isso, diferente de outras correntes sociológicas, a
sociologia compreensiva parte da análise sobre o indivíduo e não mais sobre o
coletivo. Deste modo, o indivíduo se configura como a expressão do social e as
suas diferentes ações tem influências históricas e culturais.
Diante
disso, ao analisar a sociologia compreensiva sob aspectos mais específicos,
como os conceitos de dominação, poder e legitimidade, nota-se a importância desta em
discorrer sobre o entendimento das atividades sociais, visto que torna-se
possível entender, a partir da compreensão social, como regimes políticos
autocráticos e seus respectivos totalitarismos se formam e se formaram ao longo
da história.
Em
primeiro plano, para Weber o poder pode ser definido como a probabilidade de
impor a própria vontade numa relação social mesma que esta enfrente
resistência. Já o domínio é entendido como a probabilidade de encontrar
obediência a uma ordem de determinado conteúdo. No entanto, tais aspectos não
são características própria de Estados autocráticos, pois a sua presença
remete-se a tempos passados, onde a formação de Estados nacionais e do capitalismo
ainda era embrionária. Desta maneira, talvez o que realmente caracterize o
totalitarismo sob a análise da sociologia compreensiva seja a legitimidade, não
esta relacionada com a formação de um Estado de direito que siga normas
constitucionais, uma vez que muitas autocracias vieram de golpes e constantes
violações aos direitos, mas sim na busca de aceitação, disposição a dominação
pelo povo, seja por motivos afetivos, carismáticos ou racionais.
Com isto, a legitimidade, centrada nesta aceitação da dominação como algo válido, foi estratégia central de diversos ditadores em diferentes épocas. Os populistas utilizavam do carisma e da falsa aproximação a classes populares como estratégia de manutenção de governo(dominação carismática), além de tentarem fazer de suas imagens públicas um culto de admiração pelos seus seguidores e pelo povo, por exemplo. Assim, manter o poder sobre diferentes alternativas sempre foi o principal objetivo, ocultando todo o autoritarismo presente nestes Estados.
Em síntese, nota-se a grande importância da compreensão e ação social e o estudo do indivíduo para o entendimento de regimes políticos autoritários e os conceitos que o compõem, como a legitimidade, o poder e a dominação. Assim , por meio de uma análise que embarque os indivíduos e as suas instituições, torna-se possível evitar a corrosão de um regime democrático, diante de todos os exemplos históricos presentes e seus respectivos entendimentos à luz da sociologia compreensiva.
João Felipe Schiabel Geraldini. Direito Noturno. 1ano.
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