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sexta-feira, 22 de abril de 2022

 Influência da filosofia positivista na manutenção da ordem elitista do Brasil

Beatriz Grieger - Turma XXXIX - matutino

   Em 15 de novembro de 1889, a Proclamação da República marcava, supostamente, uma nova era no Brasil. Entretanto, a base filosófica positivista que amparava este movimento fazia com que a imagem de grande revolução fosse apenas um ideal e não uma realidade prática. Com isso, mesmo após este marco histórico, as classes que eram dominantes não apenas durante o império, mas desde a colonização, permanecem dominantes até os dias atuais.

  “Ordem e Progresso” resume a filosofia positivista de Augusto Comte aplicada na formação do sistema político contemporâneo do Brasil. Tal frase explicita a forma como o progresso político, para Comte, deve funcionar: o progresso deve preceder a ordem, a qual prevê a inexistência de grandes revoluções e mudanças política e, consequentemente, socioeconômicas. Dessa forma, qualquer tipo de tentativa de revolução seria considerada “subversão” e deveria, portanto, ser controlada como forma de manter a ordem, como por exemplo, quando o deputado Eduardo Bolsonaro afirmou no dia 31/10/2019 que “se a esquerda se radicalizar, uma das respostas do governo poderá ser via AI-5” fazendo referência a protestos de esquerda que aconteciam na América Latina. Ou seja, qualquer tipo de movimento social que pudesse perturbar a ordem imposta pelo governo seria reprimido.

   Este tipo de repressão não é presente apenas no governo de Jair Bolsonaro, mas sim uma questão histórica que manteve-se com a Proclamação da República, a qual iniciou-se com a “República da Espada” controlada por militares que compartilhavam da ideologia positivista sendo seguida pela “República Oligárquica” governada pelas elites que reprimiam qualquer movimento popular que pudesse prejudicar a ordem elitista e positivista outorgada. Logo, observa-se que a repressão contra revoluções populares é uma questão histórica vigente no Brasil que permite a manutenção das classes dominantes em posições de controle político e econômico, ou seja, o controle que as elites exerciam sobre o Estado no início da República persiste nos dias atuais. Com isso, as mudanças sociais que necessitam de qualquer burocracia por parte do governo permanecem sendo feitas “de cima para baixo”, ou seja, das elites para as classes populares, com o intuito de manter o status quo.

  Conclui-se que a utilização da filosofia positivista e, consequentemente, do ideal de “Ordem e Progresso” para a construção da República no Brasil proporcionou a continuidade da permanência do poder político, social e econômico nas mãos das elites atuais. Com isso, os movimentos populares que poderiam alterar a pirâmide social vigente são tidos como “subversivos” e reprimidos, tanto na “República da Espada”, quanto na “República Oligárquica” e no Governo de Jair Bolsonaro.


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