Influência da filosofia positivista na manutenção da ordem elitista do Brasil
Beatriz Grieger - Turma XXXIX - matutino
Em 15 de novembro
de 1889, a Proclamação da República marcava, supostamente, uma nova era no Brasil.
Entretanto, a base filosófica positivista que amparava este movimento fazia com
que a imagem de grande revolução fosse apenas um ideal e não uma realidade
prática. Com isso, mesmo após este marco histórico, as classes que eram
dominantes não apenas durante o império, mas desde a colonização, permanecem
dominantes até os dias atuais.
“Ordem e Progresso”
resume a filosofia positivista de Augusto Comte aplicada na formação do sistema
político contemporâneo do Brasil. Tal frase explicita a forma como o progresso
político, para Comte, deve funcionar: o progresso deve preceder a ordem, a qual
prevê a inexistência de grandes revoluções e mudanças política e, consequentemente,
socioeconômicas. Dessa forma, qualquer tipo de tentativa de revolução seria
considerada “subversão” e deveria, portanto, ser controlada como forma de
manter a ordem, como por exemplo, quando o deputado Eduardo Bolsonaro afirmou
no dia 31/10/2019 que “se a esquerda se radicalizar, uma das respostas do governo
poderá ser via AI-5” fazendo referência a protestos de esquerda que aconteciam
na América Latina. Ou seja, qualquer tipo de movimento social que pudesse
perturbar a ordem imposta pelo governo seria reprimido.
Este tipo de repressão não é presente apenas
no governo de Jair Bolsonaro, mas sim uma questão histórica que manteve-se com
a Proclamação da República, a qual iniciou-se com a “República da Espada”
controlada por militares que compartilhavam da ideologia positivista sendo
seguida pela “República Oligárquica” governada pelas elites que reprimiam qualquer
movimento popular que pudesse prejudicar a ordem elitista e positivista outorgada.
Logo, observa-se que a repressão contra revoluções populares é uma questão
histórica vigente no Brasil que permite a manutenção das classes dominantes em
posições de controle político e econômico, ou seja, o controle que as elites
exerciam sobre o Estado no início da República persiste nos dias atuais. Com
isso, as mudanças sociais que necessitam de qualquer burocracia por parte do
governo permanecem sendo feitas “de cima para baixo”, ou seja, das elites para
as classes populares, com o intuito de manter o status quo.
Conclui-se que a
utilização da filosofia positivista e, consequentemente, do ideal de “Ordem e Progresso”
para a construção da República no Brasil proporcionou a continuidade da
permanência do poder político, social e econômico nas mãos das elites atuais.
Com isso, os movimentos populares que poderiam alterar a pirâmide social
vigente são tidos como “subversivos” e reprimidos, tanto na “República da
Espada”, quanto na “República Oligárquica” e no Governo de Jair Bolsonaro.
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