Com o fim da Idade
Média, o Renascimento e o Humanismo surgiram como um modelo que contrapunha, em
vários momentos, o ideário cultural manifestado pelo período histórico
antecessor que se baseava em um ser supremo, Deus, colocado no centro do
universo dos homens que viviam sobre doutrinas, doando suas vidas, seus
costumes e suas forças à igreja, com a promessa de que caso agissem como
estipulado pelo clero, receberiam vida eterna. Nesse sentido, o Renascimento
surge com uma nova proposta de visão sobre o mundo, colocando o Homem no centro
do universo, o que gera, consequentemente, a necessidade que formar princípios
nos quais os homens sustentem todos os fundamentos, cria-se assim, métodos de
pensamento científicos, racionais, que fornecem subsídios humanistas na busca
do conhecimento. Nesse ínterim, a razão, considerada, nesse período, maior
representação da essência do ser humano, modificou este momento da história e
moldou o mundo que se conhece hoje. Dessa forma, é mister atentar que são
inegáveis os avanços e as conquistas adquiridas pelo método racionalista de se
deter conhecimento, tanto quanto é preciso alertar sobre a falta de criticidade
que acompanha, hoje, tal metodologia.
Diante disso, a busca
da razão se deu por vários filósofos, entre esses Descartes e Bacon, que
discordavam em opostos da maneira com que se apreendia o conhecimento, o
primeiro entendia como matéria inerente da razão, já o segundo vislumbrava o
conhecimento como adquirido pelas sensações do mundo. De toda forma, viam na
razão seu principal objetivo, e depois, com fomento dos Iluministas, a razão, a
técnica e a ciência serão vistas como as únicas formas de salvação para os
seres humanos. Nessa continuidade, é preciso ressaltar que sem o racionalismo
como forma de guiar e produzir ciência não chegaríamos a várias conquistas
inerentes ao uso do método cientifico, tais como vacinas, sistemas de
computador, internet, carros, energia elétrica e suas tantas formas de
obtenção, todas baseadas em métodos e cálculos que possibilitaram sua
existência. Logo, é imprescindível atentar as conquistas trazidas pelo
racionalismo.
No entanto, embora
tenha trazido inúmeras conquistas aos seres humanos, o método racionalista de
pensamento moldou também a forma de pensamento atual, sendo fomentado ao
indivíduo desde o nascimento pelas instituições sociais, como a família e a
escola que, infelizmente, muitas vezes impõem uma forma de pensamento
tecnicista não abrindo espaço para o senso crítico. O “racional” molda as vidas
de forma com que tudo seja cronometrado, tudo tenha que ser feito a tempo, tudo
em nossas vidas deve ser logico, o homem se confunde a uma engrenagem, a um
robô, e a comodidade leva a alienação. Tal reflexão pode ser levantada muitas
vezes por obras cinematográficas como é o caso do longa “Ponto de Mutação” no
qual se é discutido sobre o racionalismo e como várias invenções trazem hoje
preocupações para a vida humana uma vez que interferem no meio ambiente, como
por exemplo, o consumo desenfreado de carne e a grande poluição inerente ao
sistema de locomoção à gasolina, por exemplo, e como maquinas são inventadas
para amenizar estes efeitos, ao invés de se investir em métodos profiláticos a
esses panoramas. Assim, pensadores da Escola de Frankfurt analisam tal panorama
“racional” como uma via de mão dupla, como no drama trata-se como o mesmo
método que pode gerar maravilhas tecnológicas, pode ser cego e indiferente a
demandas e perspectivas mundiais, normalmente, de grupos sem muitas condições
econômicas, estes pensadores ressaltam também, como a razão vendida à burguesia
se torna, muitas vezes, violenta, colocando-se a frente da natureza e tornando
o homem violento consigo mesmo no mundo capitalista de produção, no qual só se
insere como similar a uma máquina, mais uma engrenagem
racionalista, ao extremo, o que antes era essência, hoje,
desumaniza.
Depreende-se,
portanto, que são inúmeros os benefícios e avanços gerados pelo método
Racionalista de pensamento e conquista cientifica, no entanto é preciso de
crítica sobre essas metodologias tanto no panorama mundial, quanto individual.
A Crítica deve ser, portanto, um norte nas veredas do racionalismo.
Ambos os quadros : " A racionalidade leva ao melhor", primeiro em Inglês, segundo em Esperanto.
Larissa Vitória Moreira, Direito - Noturno
1º semestre
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