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quinta-feira, 20 de agosto de 2020

As mudanças da vida

Marx e Engels em sua obra “Ideologia Alemã” tem como base o Socialismo Utópico, que propõe um socialismo vindo de “cima” e através de um “homem iluminado”; o Idealismo Alemão, que defende a existência de ideias que não podem ser materializadas e a economia política inglesa, com teses materialistas. Assim, os autores sustentam o método materialista histórico-dialético, o qual consiste em compreender o passado para entender o que acontece no presente e o que acontecerá no futuro, sendo essa uma transformação contínua.

A História tem um papel importante nisso, permeando a existência de diferentes propriedades, dentre elas a tribal, a comunal e a feudal. Além disso, se instaura a família, a linguagem, a divisão do trabalho e conforme o homem cria mais necessidades, ele produz mais para satisfazê-las. Até o momento em que surge a classe burguesa e a discussão a respeito do proletariado na sociedade. Chega-se à conclusão de que a classe dominante da sociedade determina a forma de ser, a ideologia, os valores etc. Porque sempre há uma perspectiva de classe, que nem sempre condiz com a sua realidade, é possível – e muito provável – que um proletário tenha a perspectiva de classe de um burguês.

Isso ocorre na história relatada na obra “A Corrosão do Caráter” de Richard Sennett, Enrico é um trabalhador que vislumbra a vida de um burguês. Assim, ele passa a vida trabalhando, juntando dinheiro, contando as moedas, para conseguir comprar uma casa em um bairro suburbano e educar o filho, Rico. Há essa dualidade entre o mundo burocrático do pai e o mundo flexível do filho, que permite a ele uma melhor condição financeira, acesso à faculdade, mas também o deixa a mercê de projetos profissionais, em vez de um trabalho.

            Em ambos os textos a divisão do trabalho entre material e intelectual é importante, revelando a realidade do trabalhador, que não usufrui de seu trabalho. A questão a se pensar é: Quem usufrui e quem produz? Outro ponto importante é a questão das minorias, Enrico era racista, homofóbico e, inclusive, xenófobo – escapando apenas os italianos, que eram de sua mesma origem. Em contrapartida, no tempo presente, Rico representa o respeito ao diferente e a inclusão social de pessoas vulneráveis. Essas questões são muito presentes atualmente na sociedade, as pessoas estão avançando em direção a vários projetos, a mudanças, a aceitação da pluralidade etc.

            A atuação dos movimentos sociais é muito importante nesse contexto, eles surgem cada vez com mais demandas de grupos minoritários e vulneráveis, expondo injustiças e chamando atenção para problemas da sociedade que antes eram invisíveis. Por fim, é preciso ressaltar a relação entre a mudança para o método marxista, a mudança entre Enrico e Rico em seus trabalhos e as mudanças presentes na sociedade contemporânea, que estão relacionadas entre si, uma vez que ao longo da história transformações ocorrem e mudam as relações na sociedade.

Bruna Neri Mendes – 1 ano Direito Noturno

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