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sexta-feira, 11 de março de 2016

As divergências ideológicas


        Em uma leitura atenta à famosa obra de Descartes, Discurso do Método, podemos filosofar e analisar os desdobramentos que revelam os caminhos que guiam a razão do autor. A perfeição também pode ser alvo de nosso pensar, a tentativa de Descartes em justificar a existência de Deus é marcante, o imperfeito poderia criar o perfeito? Descartes diz não. Essas e muitas outras ideias argumentadas na obra, certamente, serão pautadas nas reflexões dos que se debruçarem sobre esse texto. Por isso, vale discorrer a respeito de um ponto que pode passar despercebido por muitos na obra, e que revela uma atualidade surpreendente.
      Certa vez em uma rede social, pus-me a matutar: Qual o limite da ignorância humana? Esse pensamento repentino decorreu de uma visão arrepiante de um texto o qual o autor defendia bravamente a intervenção militar no poder executivo federal. Era um jovem, perdoei-o assim como me perdoou por um dia esbravejar aos 4 ventos, " política é chata". Não sabia o que dizia, o garoto também não. Desse relato que transcrevi, tiro minha carta da manga, Descartes filosofou a respeito desses defeitos ideológicos que infectam todo mundo em algum momento da vida,
     O pensador diz: " E, da mesma maneira que ocorre ao demolir uma velha casa, conservam-se comumente os entulhos para serem utilizados na construção de outra nova, assim, ao destruir
todas as minhas opiniões que julgava mal alicerçadas, fazia diversas observações
e adquiria muitas experiências, que me serviram mais tarde para estabelecer
outras mais corretas." Após ler esse trecho da obra, me ocorreram, imediatamente, duas máximas.
    A primeira diz respeito à pergunta que fiz no segundo paragrafo. Comecei a perceber que não há um limite para a ignorância, na verdade, o que a modera é a alienação. Todos somos alienados de alguma forma. Nossas " casas " possuem cômodos sem janelas que dificultam a visão do exterior, essa problemática na clareza ocular é a alienação. Partindo daí, verificamos que, por mais qualificado que seja o engenheiro, não existem casas perfeitas, muito menos residências a prova de desmoronamentos. Isso deve ser aceito por todos que querem fugir do desconhecimento, já que, passar a vida inteira na mesma moradia resultará em uma vida alienada nos mesmos aspectos, o que causará a persistência da mesma ignorância.
   A segunda é uma reflexão sobre uma escadaria. Sim, um instrumento gradativo que nos levará para cima. Comecei a julgar a visão do garoto, e a minha também, como um degrau de uma escada que nos faz sair um puco do mar da ignorância e da cegueira intelectual. As " marcas " do artefato usado para tal feito são diferentes, por isso os pensamentos não são iguais, entretanto, os nossos objetivos são os mesmos, e isso, de forma alguma, deve ser criticado.
    Observar esses aspectos da frase de Descartes em certos momentos de nossa pequena existência evitará muito derramamento de sangue e algumas inimizades. Tratar a ignorância como foi dissertado é essencial para fugir da mesma. Por isso, finalizo meu pensamento com a seguinte frase: Pobre dos que se cercam de mentes tão fechadas quanto a deles.

Guilherme Araujo - 1* ano - Noturno 

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