Sabe-se que, hodiernamente, seria quase impossível a
implantação do Socialismo como o compreendido por Marx e Engels em virtude de
diversos fatores como a alienação do proletariado, a força da burguesia como um
meio repressivo aos ideais comunistas bem como a desatualização de algumas das ideias
propostas pelos estudiosos – formuladas sob outras circunstâncias em uma
sociedade e época diferentes. A partir desse pressuposto, entende-se como
extremamente necessário não só uma atualização de obras como o “Manifesto
Comunista” que destrinchem as facetas da sociedade atual, suas complexas
relações e soluções que prezem a igualdade mas também e principalmente, mudar o
modo de pensar do indivíduo, seja ele o opressor ou oprimido.
Na busca por esse objetivo, uma alternativa óbvia
para a mudança do pensar capitalista seria, de fato, a leitura de Marx e Engels
como obrigatória, devendo estar presente nas ruas, nos colégios e nas
universidades, uma vez que esse aparato intelectual daria aos indivíduos uma
percepção da realidade opressora, agressiva e desigual em que vivem, mas que muitas vezes não se reconhecem como inseridos. No entanto, sabe-se que uma
parcela ínfima da população lê e estuda os ideais de igualdade marxistas, seja
por falta de acesso à informação ou por mero desinteresse. Assim, pergunta-se:
como atingir o proletário alienado e o
burguês acomodado?
A resposta é simples e está no próprio texto: a
parcela ínfima. Se considerarmos esta como o grupo pensante da sociedade, a par
da realidade exploratória, percebemos a capacidade potencial desses
intelectuais em compartilhar o conhecimento e despertar a curiosidade,
influenciando o maior número de alienados a sua volta. Desse modo, cada vez
mais teríamos indivíduos conscientes sobre suas ações e capacitados de retribuir
os ensinamentos, sendo a melhora – ainda que sem o socialismo – visível e contagiante. Mas então, por quais
motivos essa mobilização não é feita?
De certa forma, alguns estudiosos até tentam mobilizar-se,
no entanto, sem sucesso. A mídia, como principal fonte de informação, mostra-se
parcial sobre os assuntos, uma vez que suporta e tem como suporte os grandes
empresários, dificultando que as ideias sejam perpetuadas. Graças à tecnologia,
algumas portas foram abertas para o impenetrável mundo do dinheiro, status e
ostentação, sendo o Facebook, por exemplo, como uma ferramenta de comunicação
eficaz para o debate ainda incipiente sobre a sociedade. Acredita-se que daqui
um tempo esses debates sejam mais frequentes nesses meios sociais, ampliando a
visão do trabalhador que, ao adquirir mais direitos, pode ter mais tempo para o
ócio, assim como o pregado pelos gregos no tempo áureo de mudanças na forma do
pensar o indivíduo como agente decisivo para as mazelas sociais. Engana-se quem pensa em aceitar sua posição na sociedade pela falsa sensação de meritocracia e deixa de participar ativamente da sociedade, vivendo sempre a margem como um zero à esquerda. Por fim,
questiona-se: se o mundo é de todos, por que uns têm mais e outros têm pouco?
Leonardo Borges Ferreira 1° ano direito noturno
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