Dessa forma, com o advento da
contemporaneidade, da urbanização e das frequentes interconexões entre os
homens nas metrópoles, aumentou-se a interdependência entre eles. Conforme discutido
pelo filósofo, essas interconexões são chamadas de “solidariedade orgânica”, na
qual cada célula social cumpre sua função afim de manter uma organicidade.
Porém, há funções sociais a serem
cumpridas consideradas degradantes e humilhantes, que na maioria das vezes são
destinadas a classe “excluída”, ou seja, a classe que ficou à margem, e tenta
se incluir economicamente na sociedade. No entanto, eles se integram economicamente,
mas se desintegram moral e socialmente. São exemplos esclarecedores, os trabalhadores
dos grandes centros urbanos, dos lixões a céu aberto e das empresas de limpeza
terceirizadas.
Vale ainda ressaltar que inúmeras
vezes esses trabalhadores são vítimas do fenômeno social conhecido como “invisibilidade
social”. Conforme discutido pelo estudante da USP, Fernando Braga, funções
degradantes como de garis, lixeiros, e “faxineiros” são essenciais para a manutenção
da organicidade da sociedade, porém são dificilmente reconhecidos. Esses trabalhadores
são quase sempre invisíveis aos olhos de quem os encontra. Isso intensifica o
sentimento de inferioridade, de injustiça devido a função social que exercem.
Não obstante, é necessário que
essa classe tenha oportunidades de ascensão moral e social, muito mais do que econômica.
Para isso, são necessárias políticas públicas que proporcionem e facilitem a educação
crítica, como cursos técnicos, financiamentos estudantis e oportunidades de
emprego formal, que possam garantir dignidade, um valor intrínseco e inalienável
do homem, a esse grupo que exerce função social degradante.
Heloísa C. Leonel
1º ano Direito Diurno
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