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sábado, 30 de maio de 2015

Sobre Deleuze e os fatos sociais de Durkheim

Emile Durkheim, discute em suas obras a dificuldade de ultrapassar os substratos passionais da consciência humana que afetam o conhecimento não valorativo dos fatos sociais. Dessa forma, o recurso empregado, pelo filosofo, para manter o distanciamento, é pensar o fato social como coisa. Assim, fato social pode ser definido como regras coercitivas impostas pela sociedade.

Não obstante, segundo o autor, toda ação do indivíduo está relacionada com o grupo que está inserido. Assim, pode-se relacionar esse pensamento com o conceito criado pelo filosofo Gilles Deleuze que caracteriza a sociedade contemporânea como a “Sociedade do Controle”. Nessa sociedade, ocorre a internalização de padrões comportamentais e ideológicos afim de se ter o controle sobre os partícipes sociais. Tal procedimento deteriora a subjetividade dos membros, promovendo a massificação do pensamento e de ideias.

Vale ainda ressaltar que os mecanismos de controle e influencia adotados pela classe privilegiada socioeconomicamente, detentora do poder de fato, são poucos perceptíveis no cotidiano. Tal característica dificulta o questionamento e os partícipes sociais entram em um estado de entorpecência e suas atitudes tornam-se padronizadas e previsíveis.

Dessa forma, só será possível o desenvolvimento da subjetividade em detrimento da coerção dos fatos sócias e o embate à “Sociedade do Controle”, descrita por Deleuze, se houver o desenvolvimento da criticidade. Esse procedimento se dará pelo estimulo à leitura e estudo de teorias filosóficas, que estimulam o desenvolvimento da vigilância epistêmica, ou seja, questionamento das questões que nos cercam, afim de impedir a instauração de um pensamento massificado.


Heloísa C. Leonel
1º ano Direito Diurno 

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