Emile Durkheim, discute em suas
obras a dificuldade de ultrapassar os substratos passionais da consciência
humana que afetam o conhecimento não valorativo dos fatos sociais. Dessa forma,
o recurso empregado, pelo filosofo, para manter o distanciamento, é pensar o
fato social como coisa. Assim, fato social pode ser definido como regras
coercitivas impostas pela sociedade.
Não obstante, segundo o autor,
toda ação do indivíduo está relacionada com o grupo que está inserido. Assim,
pode-se relacionar esse pensamento com o conceito criado pelo filosofo Gilles
Deleuze que caracteriza a sociedade contemporânea como a “Sociedade do
Controle”. Nessa sociedade, ocorre a internalização de padrões comportamentais
e ideológicos afim de se ter o controle sobre os partícipes sociais. Tal
procedimento deteriora a subjetividade dos membros, promovendo a massificação
do pensamento e de ideias.
Vale ainda ressaltar que os
mecanismos de controle e influencia adotados pela classe privilegiada
socioeconomicamente, detentora do poder de fato, são poucos perceptíveis no
cotidiano. Tal característica dificulta o questionamento e os partícipes
sociais entram em um estado de entorpecência e suas atitudes tornam-se
padronizadas e previsíveis.
Dessa forma, só será possível o
desenvolvimento da subjetividade em detrimento da coerção dos fatos sócias e o
embate à “Sociedade do Controle”, descrita por Deleuze, se houver o
desenvolvimento da criticidade. Esse procedimento se dará pelo estimulo à
leitura e estudo de teorias filosóficas, que estimulam o desenvolvimento da
vigilância epistêmica, ou seja, questionamento das questões que nos cercam, afim
de impedir a instauração de um pensamento massificado.
Heloísa C. Leonel
1º ano Direito Diurno
Bom texto.
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