A visualização de "Ponto de Mutação" gera, sugere e retoma dúvidas sobre nossa imagem de mundo -natural e humano. Os temas que se apresentam no filme variam desde a visão do tempo a da matéria, como estes dois núcleos interagem entre si e dentro de seus sistemas.
As ideias de Descartes e Bacon, consideradas atrasadas, são questionadas: o ideal mecanicista de mundo e intervencionista do homem são debatidas com a ideia do mundo como sistema (Hipótese Gaia), em que não se deve olhar para o particular sem dar valor ao geral (se tratando de recursos materiais, por exemplo). Mesmo assim, admite-se que essas ideias ainda vigoram no pensamento humano, e por isso devemos mudar nossa "perspectiva".
Os diálogos são protagonizados por três figuras distintas e elementares: a terra, o ar e a água; representados, respectivamente, pela cientista, pelo poeta e pelo político. São assim designados porque Sonia Hoffman, Thomas Harriman e Jack Edwards mostram no início do filme características que lhes aproximam a tais elementos: a física, ligada ao pensamento de eco-sustentabilidade, às causas humanas e físicas/naturais; e, principalmente, à Hipótese Gaia se condensa na representação terrestre. O poeta, dos devaneios e ares filosóficos, se instaura como o ar. E por último, o político, factual que se insere nos meios e por esse é moldado, como a água,nos recipientes. Este que apresenta uma clara mudança na maneira como interpreta o mundo.
A "disputa" entre essas personagens busca, não apenas as respostas e perguntas (certas ou melhores) mas, olhando mais profundamente, o equilíbrio ("mudança estrutural contínua, mas estabilidade nos padrões de organização do sistema").
Roan Dias
1º ano - Direito diurno
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