A partir do texto sobre “A
universidade pública sob nova perspectiva” da autora Marilena Chauí, professora
na universidade de São Paulo, faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas, pode-se perceber uma relação muito clara entre as instituições de
ensino modernas e a escola positivista. O positivismo de Augusto Comte foi a
primeira expressão de tornar os fenômenos sociais em ciência, com sua
fragmentação e especificação. Porém, esse advento acarretou consequências
significativas principalmente para as instituições de ensino público que,
segundo a própria autora, é além de tudo, uma instituição social dotada de ação
social.
Há um embate moderno sobre a
consideração distinta entre “instituição” e “organização”, já que a última é
apresentada por Freitag como referente às Universidades Operacionais – regidas
por burocracias, índices de produtividade, pela particularidade e instabilidade
dentro do meio que deveria ser de formação. Assim como determina o método
positivo, que através da observação e das percepções, pretende interpretar a
sociedade para controlá-la e mantê-la em relações normais de ordem, fazendo
como instrumento as leis (buscando o equilíbrio funcional da sociedade), a
reforma da educação (valorizando a quantidade em detrimento a qualidade) e o
conhecimento uno (especificação do ensino).
Caracterizada como preocupada
somente com as causas imediatas, exclui a necessidade e essencialidade de
questões básicas da existência: como os porquês das maiores causas da vida,
assim como expresso, “Privilégio não da descoberta das causas mais íntimas,
profundas, características da teologia e da metafísica, mas das leis que regem
os fenômenos – Busca das causas é insolúvel” (Os Pensadores, p.7). A “Física
Social”, assim como o cientificismo, trabalha com a resolução pragmática dos
problemas, o que faz com que se originem vários microproblemas a serem
resolvidos de maneira segregada e independente, como se a sociedade fosse
apenas o real – oriundos dos mecanismos científicos empíricos ou analíticos.
Marilena
Chauí afirma que “a organização pretende gerir seu espaço e tempo particulares
(...) e seu alvo não é responder às contradições, e sim vencer a competição com
seus supostos iguais”. No qual coloca as instituições públicas modernas como
organizações que objetivam repassar informação sem questioná-la, tornando a pesquisa
um acúmulo de informação de interesses externos ou privados sem utilidade
social prática e abrangente, terceirizando o conhecimento e colocando-as, antes
como instituições de direito, agora como serviço social. Assim, as instituições
de formação públicas só conseguiram comprovar a distância significativa existente
entre o progresso almejado pelos positivistas e o desenvolvimento que pertence
ao conhecimento social prático.
Introdução à Sociologia – aula 4
Karla Gabriella dos Santos Santana, 1º ano Direito - Diurno
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