O
positivismo, teoria fundada pelo filósofo francês Auguste Comte, baseia-se em uma
lei fundamental que defende a passagem sucessiva de nossos conhecimentos por
três estados históricos distintos e necessários ao amadurecimento das formas de
entendimento e explicação do mundo: estado teológico, estado metafísico e
estado positivo.
Reportando-se
ao processo de formação do conhecimento, Comte enxergava o espírito humano
imerso em um círculo vicioso composto pela necessidade de observação para a
elaboração de teorias opondo-se à necessidade de criar teorias para poder
entregar-se à observação. A solução para o problema veio de forma natural,
através do desenvolvimento espontâneo das concepções teológicas. Com a
Revolução Industrial, contudo, essa filosofia idealista e contemplativa já não
se mostrava mais eficiente para compreender e analisar a nova sociedade que se
formava, fazendo surgir, então, o positivismo. O estado metafísico, também
visto como estágio de transição, fez-se necessário diante da incompatibilidade
entre teologia e física, conceitos tão distantes e opostos entre si.
A filosofia
positiva tinha como preocupação principal a descoberta de leis invariáveis e
efetivas, suas relações de sucessão e similitude. De acordo com essa concepção,
conhecer a natureza íntima dos seres era uma questão insolúvel, e, portanto,
desnecessária. Baseando-se na hierarquia natural e invariável dos fenômenos, o
positivismo ocupou-se da criação de uma fórmula enciclopédica como forma de
classificar aquilo que consideravam como as seis ciências fundamentais. De
acordo com tal classificação, cada ciência exige a cultura prévia de todas
aquelas que a precedem, e não podem progredir verdadeiramente sem que as
ciências anteriores tenham alcançado o desenvolvimento. Em suma, organizou-se a
matemática, a astronomia, a física, a química, a fisiologia e a física social
como ordem crescente da ciência mais simples e geral para a mais complexa e
específica.
A física
social, ou sociologia, ainda não se encontra dentro do estágio positivo. Além
disso, a convivência dos três estados em uma sociedade é o que, segundo Comte,
caracteriza a desordem. Assim, quando o estado positivo for alcançado pelos
fenômenos sociais e a filosofia positiva for resumida em uma doutrina de corpo
homogêneo, a ordem será estabelecida e o positivismo triunfará de fato.
Julia Bernardes- Direito diurno
Nenhum comentário:
Postar um comentário