Movido por uma profunda descrença em relação ao ensino tradicional baseado na filosofia escolástica e na tradição clássica, Descartes propôs uma nova forma de fazer ciência, que unificaria todos os conhecimentos para que estes pudessem prosperar: o método. Ele acreditava que o que era ensinado até então não possuía prática e não ajudava a promover mudanças no mundo, além de serem conhecimentos meramente especulativos e, em alguns casos, sem fundamento, como a astrologia, alquimia e magia.
O método de Descartes para encontrar a verdade de forma efetiva baseia-se na dúvida, ou seja, no questionamento sobre todos os conhecimentos já existentes, sendo que a única certeza era de o ser humano existir porque pensa ("Cogito, ergo sum"). Mas isso não significava inutilizar tais conhecimentos, e sim a partir deles realizar uma reformulação de ideias em bases racionais. A religião foi a única área não questionada por Descartes, que até então não possuía bases científicas, políticas e sociais para questionar a Deus.
A valorização da razão no discurso de Descartes se deve ao fato de ele acreditar que ela, juntamente com o senso, são responsáveis por diferenciar os homens dos animais. A razão e o questionamento mostram a mudança na forma de ver o mundo proposta por Descartes e tiram o ser humano da posição de simples objeto controlado pela natureza, para torná-lo um grande indagador.
Descartes foi assim o responsável por construir a filosofia moderna, que rege as bases do pensamento ocidental até os dias atuais e por considerar o homem como elemento central no mundo, pois ele é um ser perfeito construído à imagem e semelhança de Deus. Além disso, suas descobertas ajudaram na superação do Direito Canônico pelo Direito Laico (direito dos homens). Com Descartes, o homem deixou de ter papel secundário nas transformações do mundo, tornando-se o grande agente destas.
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