Método, segundo o dicionário
Priberam, pode ser definido como “processo racional para chegar ao conhecimento
ou demonstração da verdade”. A partir dessa definição, é possível resgatar a
origem histórica do desenvolvimento do método e, dessa forma, retornar à obra
cartesiana.
Segundo
Descartes, o conhecimento estava fundado sobre fracas, dúbeis bases, muitas
vezes atrelado a crenças e ideologias. Fazia-se necessária, portanto, a
desconstrução do conhecimento vigente para que fosse possível o surgimento do
conhecimento verdadeiro. Assim, por meio da dúvida metódica, dá-se a busca a um
marco inicial, uma base sobre a qual o conhecimento possa ser fundado, norteado
pela razão. A partir daí, o conhecimento advindo a partir de uma verdade
absoluta, o conhecimento de fato seria explicitado, se livrando das antigas dúvidas decorrentes de um método falho para a absorção e exteriorização daquele.
Essa
proposta foi, sobretudo, ousada. Ir de encontro às tradições culturais e
sociais, afirmando que o processo de reconhecimento do mundo, realizado por anos,
era falho demonstra a convicção que possuia em sua ideologia,ainda mais tendo
em vista as punições dadas aos outros pensadores que seguiram esse caminho
(vide o ocorrido com Galileu Galilei). Quem sabe, isso tenha sido o diferencial
para que pudesse ser iniciada a revolução racional em todas as áreas do
conhecimento.
Cabe
ressaltar que as ideias cartesianas não foram por todos aceitas, mas seu método
passou a ser usualmente empregado. Assim, o grande valor atrelado a Descartes não se encontra na teoria por ele
proposta, mas na organização e padronização presentes em seu método. Cai,
portanto, em mais uma das grandes ironias da humanidade: o grande defensor da
razão e da lógica não se glorificou pelo uso de tais aspectos, mas pelo
processo descrito para que sejam tais alcançados. Como pensador, Descartes foi
o maior dos padronizadores.
Victor Bernardo C. Dantas
Direito Diurno - turma XXXI
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