Ao
longo da historiografia humana, a necessidade de desvendar e conhecer o mundo
foi o motor responsável pela condução do homem ao desenvolvimento científico.
Não obstante, até meados do século XVII, as formas de conhecimento eram
sumariamente pautadas na tese transcendental, a qual proferia que a verdade das
coisas era revelada por seres sobrenaturais, como na Alquimia e na Astrologia.
Foi nesse contexto que surgiu o Pai da Filosofia Moderna, René Descartes, o
qual foi responsável por uma ruptura com as formas tradicionais de pensamento.
Insatisfeito com a
forma de conhecimento e aprendizado convencionais por não apreciar em tais um
fim útil, Descartes propôs um método que fosse capaz de unificar as formas de
pensar e que permitisse ao homem desvendar os enigmas do mundo. O Pai da
Filosofia Moderna defendia que o conhecimento científico deveria ser
acompanhado de sua aplicação concreta. O homem não deveria deixar-se guiar por
formas prontas de saber, mas deveria abdicar de todo conhecimento
pré-estabelecido e utilizar-se somente de seu próprio juízo para conhecer o
mundo. Assim, o ser humano deveria rejeitar tudo o que pudesse ser colocado sob
dúvida para estabelecer bases sólidas ao seu conhecimento. O duvidar e o pensar
seriam as únicas provas da existência do homem: “Penso, logo existo”.
Segundo Descartes, a capacidade humana de pensar não
surgiu do nada, mas foi dada ao homem por uma natureza superior e divina.
Assim, Deus seria fator determinante para a existência do homem, já que nos deu
a competência de pensar e, então, de existir.
Descartes elege a razão às últimas consequências como forma de
aproximação humana à perfeição de Deus. Então, o homem passaria de escravo do
mundo, a senhor do mundo. Tal perspectiva acarretou consequências graves à natureza,
uma vez que, como senhor do mundo, o homem poderia submeter o que quisesse e
como quisesse a seus interesses.
Descartes foi, então, o responsável pela ruptura com o
pensamento científico tradicional e por lançar as bases de um conhecimento
unificado e sólido que permitisse ao homem desvendar o mundo ao seu redor. A importância
de seu método é tamanha que angariou nome próprio: o método cartesiano, capaz
de permitir à ciência um fim útil, retirar o homem de um papel secundário e colocá-lo
como ser pensante com capacidade de intervir no mundo.
Nicole Bueno Almeida, Direito Noturno, 1º ano.
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