A busca de Descartes por um método que permitisse ao homem por si só desvendar e dominar os mistérios da natureza tem uma justificativa simples e ao mesmo tempo incalculavelmente importante; utilizar a natureza e seus fenômenos para melhorar a vida humana.
O desafio às teorias vigentes e às formas de ensino e conhecimento proporcionadas pelos grupos dominantes da época foram impulsionadas pelo fato de tais formas apenas interpretarem a natureza, de forma a contemplá-lá e transmitir suas ações ao homem. Encaixando-se nessa descrição estavam práticas como a Astrologia, a Alquimia e a Magia, prestigiosas no momento histórico vivido por Descartes, mas que com o passar do tempo foram delegadas a um plano inferior.
O Método, então, seria uma forma de desvendar os enigmas, conhecer e conduzir as coisas pelo homem, não apenas interpretando, mas duvidando para alcançar o domínio das forças.A dúvida colocaria em xeque e daria inicio à construção de um conhecimento de bases sólidas, racionais e empíricas.
Aplicando o método poderia se dar um fim maior, útil e que despertasse o progresso humano e não apenas algo interpretativo, a ciência e o conhecimento como ferramenta do progresso.
Atualmente um olhar desatento pode deixar passar a importância do pensamento cartesiano. Uma comparação sem muito trabalho nos colocaria diante de uma crítica a toda ciência empírica e às formas de conhecimento atuais, como um desafio à física, à química e as suas leis gerais tendo em vista uma nova forma de conhecimento baseada na dúvida em relação a essas leis. Um fato que demandaria coragem e argumentos. Descartes fez isso em uma época que potencializava os riscos, sem, no entanto, se deixar abalar.
A crítica à presunção e à impermeabilidade dos mestres da época, bem como a submissão do ser humano a mero interprete da natureza foram um marco na busca da racionalidade nas ciências e no conhecimento e um justo motivo para a importância do pensamento Cartesiano no mundo moderno.
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