Marx é autor de uma frase
bastante chocante “A religião é o ópio do povo”, resumindo-se ele considerava a
religião uma ilusão de que a sociedade se vale para se abstrair da vida real,
da sociedade aqui na Terra. Ele considerava que a felicidade, a realização não
deveria se consumar num plano posterior-transcendental, deveria se consumar
aqui na Terra. E agora! O socialismo real buscou retirar esse cargo da religião
destruindo igrejas, institucionalizando a proibição da religião e perseguindo
os religiosos. Mas o que Marx queria era que o homem se valesse de si mesmo. E
para isso o homem teria que se retirar do mundo de ilusão que ele criou.
Não era só a crítica à religião
que Marx defendeu, mas ela seria um meio para se chegar à crítica da própria
sociedade. Para ele a religião nada mais era do que um ensaio sobre o mundo
real, e, como se não se bastasse, uma doutrina moral para o mundo. E não para
por aí, a filosofia também estava encharcada nessa abstração. Conceitos e mais
conceitos vagos e abstratos eram invocados, e a humanidade nunca andaria para
frente.
Não tem como! O motor da
sociedade não poderia ser algo, que segundo Marx, não existe. A grande crítica à
concepção de direito que Hegel tem é o fato deste ficar só na ilusão. Os
estados alemães passavam por uma época em que não estava muito definido o jogo
social, não se enxergava uma sociedade feudal plena ou uma sociedade burguesa
plena. Mas para o Direito nos estados alemães as sociedades eram plenamente
burguesas. Revolucionárias. Sem terem passado por nenhuma revolução.
E há realmente conceitos muito
vagos no direito, a ideia de igualdade é válida, mas que tipo de igualdade se
promove? A ideia de liberdade também, mas qual o conceito de liberdade que nós
teríamos? Nem é bom falar da justiça. O Direito tem que procurar cada vez mais
se aproximar do real, não importa o que ele seja. Não há como corrigir erros
hipotéticos, uma justiça imaginária de nada vale, uma norma que o monarca, no
caso da Prússia, não obedece e continua com os atos absolutistas, são coisas
que não valem de nada. Estão na esfera imaginária do Direito, mas não estão no
mundo real. Desse jeito o Direito jamais poderá ser um meio de transformação da
sociedade. Mas talvez seja mais fácil fingir que sim...
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