No Livro Um de “ Da Divisão do Trabalho Social”, Émile Durkheim expõe sua visão positivista em relação à importância dos lugares sociais e da função de cada indivíduo dentro da sociedade. Fala também da solidariedade como explicação da divisão do trabalho e do direito como fixador das principais premissas sociais.
Segundo ele, as pessoas são diferentes e é exatamente esse singularismo que permite a existência da divisão do trabalho. Opondo-se à visão individualista capitalista, o indivíduo se insere em um contexto social e, a partir daí, não é visto em sua unicidade mas sim como propenso e com a finalidade do bem social, como parte integrante de um todo o qual tem suas necessidades supridas em detrimento das vontades particulares.
Cada um tem características diferentes, somos completos em certos quesitos e incompletos em outros. Assim, dentro de uma sociedade, um precisa do outro, cada um desempenha melhor certa função. Unindo-nos, então, não nos sentiríamos mais incompletos pois cada um cumpriria sua função de acordo com suas facilidades. Sob essa égide, Durkheim embasa a ideia de solidariedade presente na divisão de trabalho.
Com essa visão de solidariedade global, Durkheim defende o lugar social de cada um, porém, de certa forma, exclui o aprimoramento pessoal, a grande probabilidade da existência de desigualdades nas diversas “funções sociais”. Se todos possuíssem, independente de sua “função social”, condições salubres e dignas de trabalho, a visão durkheimiana poderia ser vista como aplicável e realmente propícia ao bem comum mas a realidade se mostra muito diferente.
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