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quinta-feira, 10 de abril de 2025

O anômico se transforma no comum

Na teoria sociológica de Èmile Durkheim, são definidas dois tipos de sociedade: a mecânica e a orgânica. A primeira diz respeito a uma comunidade tradicional, em que tudo é baseado na semelhança dos indivíduos e a divisão de trabalhos é bem definida e valorizada, características essas mais presentes e comuns no momento pré industrial. A segunda já se relaciona com as sociedades modernas, tendo como base a diferença e a interdependência dos indivíduos, ou seja, um maior distanciamento entre as pessoas.

Tendo em vista essa concepção, passa-se a ser possível compreender melhor a realidade das sociedades contemporâneas: a solidão em meio à multidão. O sentimento de isolamento na atualidade é algo que se tornou constante e tão comum que passou a ser de certa forma banalizado, como se fosse algo leviano e de pouca importância. Não à toa, a depressão tornou-se o verdadeiro mal deste século XXI, além de outras doenças como ansiedade, crises de pânico, etc. De acordo com o Ministério da Saúde, a depressão é um problema médico grave e que prevalece ao longo da vida de cerca de 15,5% dos brasileiros, levando em conta a população do Brasil isso daria mais de 32 milhões de pessoas doentes. 

Ademais, Durkheim estabeleceu que a divisão do trabalho promove a coesão social, e essa quando é equilibrada instiga a sociedade orgânica. Entretanto, quando desequilibrada, causa um estado de anomia, isto é, um estado de ausência ou enfraquecimento das normas sociais. A sociedade atual está tão sobrecarregada e tão estimulante, muito em decorrência das novas tecnologias que surgem todos os dias e o excesso de informações, que esse “estado de anomia” parece que se tornou o novo normal. 

A sensação de não pertencimento que os indivíduos sentem e o caos que o mundo se encontra, com guerras, crises climáticas, funcionalismo do capitalismo em declínio, etc, faz com que não seja fácil enxergar uma saída para tal estado, levando a sociedade cada vez mais longe do tal “ordem e progresso”.


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