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sexta-feira, 21 de março de 2025

A Imaginação Sociológica e a redução da taxa de vacinação

            A pandemia da Covid-19 reavivou discussões sobre a eficácia das vacinas, pois uma parcela da sociedade desconfiou da velocidade de desenvolvimento da vacina contra o coronavírus. De tal modo, nos anos seguintes houve uma queda na taxa do programa de imunização oferecido pelo sistema de saúde pública brasileiro. Assim, percebe-se a interferência da opinião na razão. 

            Em primeiro lugar, é válido discutir sobre essa distorção da percepção pública pela pessoal. Consoante ao sociólogo Wright Mills, a imaginação sociológica é o meio de superar as convicções íntimas e construir um pensamento crítico. Nesse viés,  identifica-se que as pessoas desacreditadas nas vacinas deixam de lado o uso da imaginação sociológica e priorizam suas opiniões pessoais. Assim, isso afeta a sociedade no geral em relação à imunização coletiva para que doenças já erradicadas não acabem ressurgindo.

Em segundo plano, pode-se destacar a causa dessa descrença científica: o excesso de notícias consumidas diariamente, sendo que as falsas acabam passando despercebidas. À luz disso, Mills afirma que não é apenas de informações que precisamos, mas também de uma qualidade de espírito que nos permitirá assimilar as notícias e desenvolver a razão a fim de apreender o que está acontecendo no mundo. Desse modo, seríamos capazes de averiguar a veracidade das informações recebidas de tal modo não deixariamos que convicções pessoais interferissem na percepção científica.

Portanto, a redução da taxa de vacinação pós-pandemia é fruto de dois problemas. Sendo um deles, o não uso da imaginação sociológica para abandonar as percepções pessoais. Enquanto o outro problema é a falta da qualidade de espírito que ajuda a averiguar as notícias falsas que influenciam nas convicções individuais afetam as convicções públicas.

                                                                                                                                                                  Maria Júlia Miranda Loureiro - 1º ano Direito (matutino)

Um comentário:

  1. Realmente, Maria Júlia, a preponderância das convicções pessoais sobre a realidade científica repercute negativamente em situações como a adesão ao gesto vacinal. A politização de todas as coisas, inclusive aquelas relativas à saúde, é um mal e tanto, não?

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