Nos últimos dias, o governo federal apresentou um projeto que visa à isenção fiscal para quem ganha até cinco mil reais, beneficiando, portanto, a classe trabalhadora. Entretanto, uma proposta que deveria contar com o vasto apoio popular foi alvo de diversos ataques nas redes sociais. Pessoas pobres, guiadas unicamente por uma ideologia, acabaram atacando a si mesmas. Mas por que pessoas comuns, pobres, lutariam pelos interesses da classe dominante?
Para respondermos essa questão, podemos recorrer ao livro "A Imaginação Sociológica" de C. Wright Mills. Basicamente, o conceito de ‘Imaginação Sociológica’ é que cada indivíduo deve compreender que sua vivência individual está atrelada a uma estrutura social ampla, que influencia seu modo de viver, pensar e se comportar. Nesse sentido, compreende-se que a alienação é exatamente o que a burguesia deseja, uma vez que, sem a imaginação sociológica, o indivíduo se vê diante da individualização do ser. ‘Mas por que a individualização é crucial para o capitalismo?’, você pode estar se perguntando. E aqui está a explicação: a individualização é fundamental para a sustentação do capitalismo, pois, com o cidadão dominado por esse espírito individualista, não haverá espaço para uma coletividade que busque seus direitos, assegurando, por conseguinte, a preservação do status quo.
Desse modo, verifica-se que a falta de noção do proletariado sobre o mundo que o cerca é algo pensado e arquitetado, hoje, principalmente através da internet, com notícias falsas e rápidas que se alastram com uma facilidade nunca antes vista. Recentemente, nos Estados Unidos, vimos grandes CEOs das redes sociais apoiando Trump, com a falácia da liberdade de expressão, que, na verdade, é apenas uma forma de liberarem o preconceito e a desinformação em suas plataformas. Os maiores burgueses do mundo se aliariam de forma aleatória? Obviamente não, eles necessitam suprimir a classe trabalhadora da Imaginação Sociológica para não sucumbirem.
Logo, identificamos, então, que o povo brasileiro acompanha esse cenário crítico mundial de manipulação e, consequentemente, justifica os ataques que ocorreram. Um povo sem entendimento coletivo está fadado à escravidão sistêmica.
João Marcos Borges Silva - 1º ano - Direito (noturno)
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